Tão importante quanto a redução de 0,5% na taxa de juros básica afinal decidida pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central foi o comunicado que o Comitê aprovou em seguida por unanimidade, antecipando nova redução de 0,5% em sua reunião de setembro.
Essa unanimidade contrastou com a divergência de votos verificada na decisão de reduzir os juros. O que se esperava era que o presidente do banco, Roberto Campos Neto e os seis outros diretores indicados por Bolsonaro e remanescentes de seu governo votassem uniformemente por uma redução de apenas 0,25%. Enquanto isso, os dois diretores nomeaedos já por Lula, Gabriel Galípolo e Ailton de Aquino Santos, dariam votos em separado, discordando da maioria e propondo alguma coisa mais que a esperada redução de 0,25%.
Nem o noticiário nem o comunicado do banco entraram em detalhe sobre o andamento da discussão e da votação, mas aparentemente Galípolo e Aquino, representantes de Lula, propuseram a redução de 0,5, o dobro da admitida por Campos. Eles poderiam votar por uma redução ainda maior, mas dá para imaginar a reação do mercado financeiro e da grande mídia se fizessem isso.
Em seguida os outros diretores herdados da era Bolsonaro se dividiram, dois votando pelos 0,5 e os outros quatro votando pelos 0,25%. A votação ficou empatada por quatro a quatro e foi desempatada pelo voto final, de Campos, que surpreendentemente se alinhou aos diretores nomeados por Lula e votou pela redução maior, de 0,5%.
A divisão entre os diretores bolsonaristas pode ter sido combinada previamente, para dar a Campos a chance de desempatar. Mas por que ele desempataria a favor da redução maior da taxa de juros? E por que arquitetar a encenação da divergência de votos entre os diretores oriundos do governo Bolsonaro, sempre seus cúmplices dóceis em todas as votações anteriores?
Meses atrás, quando Campos ainda dispunha de apoio farto entre o empresariado conservador, noticiou-se que ele abrira sua agenda para conversas reservadas com jornalistas da área política, sem prejuízo dos encontros ainda mais reservados com ao da área econômica. Isso foi explicado na época, em “notícias” provavelmente plantadas, como uma tentativa de projetar Campos como candidato do antilulismo à Presidência da República.
Ainda que esse projeto não passasse de uma fantasia sem futuro, convinha a Campos, em benefício de sua biografia e de seu futuro profissional, desligar-se da ortodoxia bolsonarista, assim como nesse mesmo momento Bolsonaro tentava desligar-se de sua parceria com Carla Zambelli.
Para os diretores nomeados por Lula e para o próprio Lula pode ter sido melhor, em vez de um ousado avanço maior, o modesto avanço de 0,5, que teve aceitação universal, inclusive dos grupos mais alarmistas do empresariado. Os números da economia vão bem, o desemprego se reduz e as perspectivas para 2024 são ainda melhores.
Mesmo enfrentando a impaciência de uma parcela de seu eleitorado, Lula parece aplicar a seu governo aquele aparente paradoxo do “vamos devagar que eu tenho pressa”.
O DESMATAMENTO DA AMAZÔNIA CAI 60%
No Brasil não teve o mesmo destaque que na Europa e nos Estados Unidos a entrevista em que a Ministra do Meio Ambiente Marina Silva anunciou que o desmatamento na Amazônia caiu pelo menos 60% no mês de julho, comparado com julho do ano passado.
Publicada como uma das principais notícias na primeira página da edição norte-americana do The Guardian, de Londres, a entrevista teve como objetivo chamar a atenção de seu público para a reunião de cúpula sobre a Amazônia marcada para a próxima semana, em Belém, com a participação de oito países amazônicos: Brasil, Colômbia, Bolivia, Peru, Equador, Venezuela, Guiana e Surinam.
(*) Por José Augusto Ribeiro – jornalista e escritor. Publicou a trilogia A Era Vargas (2001); De Tiradentes a Tancredo, uma história das Constituições do Brasil (1987); Nossos Direitos na Nova Constituição (1988); e Curitiba, a Revolução Ecológica (1993); A História da Petrobrás (2023). Em 1979, realizou, com Neila Tavares, o curta-metragem Agosto 24, sobre a morte do presidente Vargas.
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