Neste sábado (8), milhares de mulheres, vindas de movimentos sociais, coletivos, sindicatos e diversas áreas do Distrito Federal (DF) e Entorno, se uniram para realizar o maior ato político feminista da capital federal. Com o lema “Ainda estamos aqui! Pela vida de todas as mulheres, contra o machismo, o racismo e o fascismo! Sem anistia!”, as manifestantes marcharam da Torre de TV até a Rodoviária do Plano Piloto, em defesa de direitos fundamentais.
O 8M Unificado no DF está completando quase 10 anos de história. A primeira edição aconteceu em 2016, com uma agenda coletiva, e desde 2017 a marcha se consolidou como um evento anual. Ao longo desses anos, muitas vitórias foram conquistadas, mas as mulheres ainda enfrentam desafios, como violência, desigualdade e ataques aos seus direitos.
Mariana Almada, educadora e militante da Frente de Mulheres Negras do DF e da União Brasileira de Mulheres, destacou o simbolismo do ato: “Este evento é um marco do protagonismo feminino. Lutamos por todas as mulheres — educadoras, trans, negras e indígenas — para que nossa voz seja ouvida no campo da justiça social. Não somos o ‘sexo frágil’. Lutamos com coragem!”
O manifesto do 8M Unificado DF e Entorno trouxe à tona pautas como o fim das guerras, a redução da jornada de trabalho 6×1, cotas trans nas universidades e concursos, além de uma política pública de cuidados com crianças, idosos e pessoas com deficiência. Tais demandas impactam toda a sociedade, homens e mulheres.
O movimento, que representa mulheres rurais, urbanas, periurbanas e periféricas, completou 42 anos de lutas em nível nacional. Mirele Diovana Milhomem da Silva, dirigente do Movimento de Mulheres Camponesas, ressaltou sua contribuição para a construção do ato: “Há seis anos participo do 8M, defendendo a justiça ambiental, a proteção das sementes crioulas e a implementação de práticas agroecológicas para garantir justiça social e econômica.”
O manifesto também denunciou a falha nas políticas públicas do governo distrital, como a insuficiência de creches públicas. De acordo com o Dieese, as mulheres representam a maioria da população em idade ativa no DF, mas sofrem com taxas mais altas de desemprego (8,8% contra 7,4% entre os homens).
A deputada federal Erika Kokay (PT) lembrou Rosa Luxemburgo e falou sobre a importância de lutar pela liberdade das mulheres de todas as formas de opressão: “Exigimos democracia, onde as mulheres não carreguem as marcas da violência de gênero, seja na pele ou na alma.”
Keka Bagno, militante do PSol e assessora de Fábio Félix, afirmou que o 8M é uma luta contínua pela vida das mulheres, defendendo a democracia o ano inteiro, sem anistia para os golpistas que ameaçam a segurança das mulheres.