
Quem diria…
Já caminhando para a chegada dos anos 80s eu era assinante da revista MÚSICA DO PLANETA TERRA. Especializada em que, já está na cara.
Dirigida pelo jornalista Julio Barroso. Luxuosa na forma e no conteúdo, impressa em papel semi cuchê.
Sucedeu a também ótima ROCK — A HISTÓRIA E A GLÓRIA, esta sob a batuta de Tárik de Souza; na redação, Ana Maria Bahiana, Ezequiel Neves, Marta Zanetti e o próprio Tárik. E como correspondente em New York ninguém menos que o genial Henfil. Como veem, só feras, bambas.

Depois da ROCK… vieram a INTERNATIONAL MAGAZINE, direção a cargo de Marcelo Fróes, produtor de um sem-número de discos de Gilberto Gil.
Depois salvo, equívoco de minha parte, apareceu a BIZZ, com a qual não tive maiores intimidades.
Ah sim!
Nos inícios dos anos 70s circulava por acá a ROLLING STONE, psicodélica de body ‘n soul.

Fechando parêntese.
Em uma das três [únicas] edições da MPT deparei com matéria de quatro páginas dedicadas ao desembarque do reggae no Brasil. E o destaque no texto ficou para Bob Marley.
Lido e visto isso, mandei carta para o meu irmão Evandro, estudando em BH, manifestando o meu desejo de ter um LP do genial jamaicano que àquela altura do campeonato já estava arrastando multidões para os seus shows na Europa e no States.
Semanas depois recebo pelo correios o bolachão intitulado RASTAMAN VIBRATION.
Começou aí o namoro de Santa Maria com esse artista revolucionário de tão curta trajetória, lamentavelmente.
Essa novidade sonora musical caiu nas graças da juventude santa-mariense, em geral, daquela época.
No entanto, a parcela de jovens aficionados que absorveu com mais intensidade e profundidade esse gênero herdeiro do ska foi a adepta daquela substância que, quando tragada, expande a psique e que levou os Novos Baianos a pegar xilindró ao final de um show.
Sacaram o meu recado?
Biblioteca Campesina, 17 março 2025
(*) Joaquim Lisboa Neto, colunista do Jornal Brasil Popular, coordenador na Biblioteca Campesina, em Santa Maria da Vitória, Bahia; ativista político de esquerda, militante em prol da soberania nacional.
*As opiniões dos autores de artigos não refletem, necessariamente, o pensamento do Jornal Brasil Popular, sendo de total responsabilidade do próprio autor as informações, os juízos de valor e os conceitos descritos no texto.