A estratégia nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) de mobilizar e de organizar a militância de partidos progressistas, de movimentos sociais e populares, de grupos setorizados, de igrejas e comunidades, movimento sindical etc. para a criação de Comitês Populares de Luta em todo o País, e, a partir deles, construir um projeto popular para o Brasil, com a eleição do ex-presidente Lula e a sustentação de seu futuro governo, está dando certo.
Anunciados em fevereiro deste ano em ato que marcou a passagem dos 42 anos de fundação do PT, os Comitês Populares de Luta já são mais de 3 mil espalhados em todas as regiões do Brasil e até no exterior. Diante desse sucesso, a expectativa da direção nacional do partido é a de alcançar a sua meta de chegar a 5 mil, podendo fortalecer a campanha eleitoral, que terá início no dia 16 de agosto na televisão, no rádio, nas ruas e dentro de cada casa.
Idealizados para enfrentar a atual conjuntura de ataques ao Poder Judiciário, de tentativas de institucionalização do fascismo, das ameaças à democracia e de sinalizações à retomada do regime entreguista, ditatorial e terrorista dos militares, os Comitês Populares de Luta são instrumentos voltados à organização das pessoas, na rua, na praça, no trabalho, nos sindicatos e em atividades artísticas, para defender a democracia e a soberania nacional e reconstruir o País. Como disse a presidente do partido, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), os Comitês Populares de Luta “remetem às origens do PT”, com seus núcleos de base construídos no chão das fábricas, nas escolas e comunidades.
Reacendendo a esperança em dias melhores, os Comitês Populares de Luta estão conquistando “corações e mentes” de quem tem apreço pela democracia, justiça, paz, soberania do País e civilidade. Juntas, essas pessoas, com ativismo em categorias, organizações, movimentos populares, territórios, setoriais, mandatos, bairros, igrejas ecomunidades, entre outros grupos estão se mobilizando e se juntando a outras pessoas que se mostram dispostas a contribuir para barrar os retrocessos em curso, garantir a democracia e transformar a vida da população brasileira; vítima principal de um governo que despreza as pessoas, faz apologia à violência, facilita o acesso às armas, é misógino, dissemina fake news, desmonta o Estado democrático de direito e entende a política como uma ação para extermínio de adversários e criminalização das liberdades individuais, de pensamento e de expressão.
Neste contexto, a cultura – sistematicamente, alvo de governos autoritários – tem centralidade na estratégia de mobilizar e de organizar corpos e mentes para a criação dos Comitês Populares de Luta. Assim, com essa centralidade, foi criado o Festival de Arte e Cultura Popular, que, em todas às sextas-feiras, agita a área, com a socialização de produções artísticas e culturais populares brasileiras.
Para os dias 29, 30 e 31 do corrente, a organização dos Comitês Populares de Luta programou o segundo “Mutirão Vamos Juntos pelo Brasil” para intensificar ainda mais as ações, principalmente, de diálogos com as pessoas, sobre o momento crítico por que passa o País, com a carestia, a violência, o desemprego e a desesperança, sem falar nas perdas de familiares pela covid-19 e outras doenças que estão fora de controle por falta de investimento público no setor da saúde. O primeiro mutirão, realizado durante as festas juninas, deu o tom dessas atividades de chamamento à luta por dias melhores.
No Distrito Federal, onde já foram criados mais de 100 Comitês Populares de Luta, a diversidade dos segmentos dá a dimensão do sucesso que essa estratégia que pode oferecer. Os comitês criados são de mulheres, juventude, pessoas com deficiência, assuntos indígenas, direitos animais, direitos humanos, combate ao racismo, segurança pública, inter-religioso, agrário,sindical, cultural, esporte e lazer,transportes e C&T e TI, além dos comitês de zonais e de mandatos.
O PT-DF marca o segundo “Mutirão Vamos Juntos pelo Brasil”com um leque de atividades realizadas pelos comitês no Plano Piloto e em várias cidades do DF e Entorno; todas elas, contando com a participação dos candidatos majoritários da Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB), Leandro Grass (para o Governo do Distrito Federal – GDF), Olgamir Amância (para vice-governadora) e Rosilene Corrêa (para o Senado), além de candidatos e candidatas proporcionais.
O “esquenta” na SBPC e a relevância dos Comitês Populares de Luta
O “esquenta” do mutirão no DF, ocorreu na quinta-feira, 28, com recepção ao ex-presidente Lula, na 74ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizadana Universidade de Brasília (UnB). Focado no tema “Ciência, independência e Soberania Nacional”, da SBPC, Lula falou para a comunidade científica. Criticouos cortes no orçamento do CNPq e da Capes, meticulosamente ocorridos nos últimos anos, e prometeu recolocar a pesquisa científica, a inovação e a educação no centro das questões nacionais.
A relevância dos Comitês Populares de Luta também é constatada em vários países onde tais comitês existem, como, por exemplo, na Itália, Espanha, Suíça, França, Reino Unido e Portugal. Na Itália, por exemplo, reunindo integrantes de partidos e personalidades do campo de centro-esquerda, foi criado um Comitê Popular de Luta que foca sua ação em, basicamente, três aspectos de grande interesse da comunidade brasileira naquele país: na atualização de acordos bilaterais que permitam o reconhecimento recíproco da formação universitária; na simplificação da legislação sobre aposentadoria com o reconhecimento das contribuições previdenciárias acumuladas nos dois países; e na ampliação da discussão sobre a Amazônia.
Para orientar melhor os responsáveis pelos Comitês Populares de Luta, o PT lançou, em junho, na Internet, o site comitepopular.org.br (https://comitepopular.org.br). Importante espaço virtual de informação e divulgação, o portal ampliou o acesso dos membros de comitês existentes no Brasil e no exterior à agenda de mobilização, às sugestões de atividades e aos diversos materiais de apoio.
Enfim, avalio que, no enfrentamento ao fascismo, os Comitês Populares de Luta estão mostrando sua força organizacional e popular. Assim, conectando o cenário de “esperançamento” à campanha de Lula, de volta à Presidência da República, a direção do partido – nacional e regional – não mede esforços para ampliar os comitês e ocupar espaçosno Brasil e no DF. Vamos à luta!
(*) Por Edneide Arruda, jornalista e secretária de Movimentos Populares do PT/DF.
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