Os moradores de pequenas cidades do interior e das comunidades periféricas das metrópoles são chamados eventualmente, por parentes e amigos próximos a participar de um mutirão de cobertura da casa feita no regime de autoconstrução. Esse costume remete aos mutirões para o corte e limpeza da mata, onde o roceiro iria fazer uma plantação.
Manuel Scorza, escritor peruano, estudioso das comunidades do altiplano peruano, nos relata em seu livro Redobles por Ruencas como vivem aqueles povos, São comunidades que trabalham as terras em comum onde todos dão o trabalho que podem e os resultados: alimentos, vestimentas e outros, são distribuídos igualmente entre todos os membros.
Estes exemplos de economia solidária, com a urbanificação das populações vão tomando outras formas. Alguns costumes permanecem como o convite á comunidade para o chá de fraldas do recém-nascido, ou o chá de panela, em que os convidados levam para a noiva às vésperas do casamento os utensílios de cozinha, cama e outros que ela precisará.
Hoje temos exemplos de economia solidária no meio urbano que tomam formas jurídicas diferenciadas como cooperativas de catadores, de educação, de serviços da saúde, feiras de produtos orgânicos, feiras de artesanato etc. A economia solidária se caracteriza pelo apoio de todos a todos, uso de arranjos e estruturas comuns, mantendo a individualidade.
A cooperativa é uma forma de economia solidária. Sua especificidade é a comercialização ou gestão delegada a uma direção que se encarrega de levar os produtos de todos ao mercado, evitando os atravessadores, resultando em maiores ganhos para os cooperados. As cooperativas agrícolas são um exemplo. Elas produzem 25% dos grãos exportados.
São sete os ramos das cooperativas segundo a Organização das Cooperativas do Brasil, a partir da nova segmentação proposta pela OCB no final de 2018: Produção de Bens e Serviços, Infraestrutura, Consumo, Transporte, Saúde, Agropecuário e Crédito. Esta segmentação permite que os órgãos atuem em defesa dos interesses específicos delas.