Mais uma vez o Copom, Comitê de Política Monetária do Banco Central, manteve a estratosférica taxa básica de juros de 13,75%, obediente à voz de comando do presidente do banco, Roberto Campos Neto. Mas essa obediência sem discrepância deve ter acontecido pela última vez, porque na próxima reunião, prevista para agosto, já deverá estar empossado como Diretor de Política Monetária do banco (e membro nato do Copom) o economista Gabriel Galípolo, nomeado por Lula e até aqui secretário-executivo do Ministério da Fazenda e principal auxiliar do Ministro Fernando Haddad.
Galípolo será uma voz isolada discordando, caso Campos insista em manter os 13,75, mas pela primeira vez Campos será contestado dentro do Copom.
Na inacreditável organização legal do Banco Central adotada no ainda mais inacreditável governo Bolsonaro, foram precisos cinco meses depois da posse de Lula, Presidente da República vencedor em dois turnos de uma eleição pelo voto direto, para que chegasse ao fim o mandato de um diretor do banco remanescente do governo anterior e Lula pudesse substituí-li. E ainda vai ser necessário mais de um ano para chegar ao fim o mandato de Roberto Campos Neto e finalmente Lula poder nomear um presidente do Banco Central alinhado com os compromissos que assumiu na campanha presidencial e foram endossados pela maioria dos eleitores.
A reunião do Copom aconteceu no mesmo momento em que o Financial Times, de Londres, que é para os europeus o que é o Wall Sreet Journal para os norte-americanos, publicava uma reportagem segundo a qual o governo do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, teria atuado “discretamente” para garantir a integridade do processo eleitoral brasileiro durante as eleições presidenciais de 2022, que culminaram com a eleição de Lula.
Integrantes do alto escalão do governo dos Estados Unidos – diz a reportagem – teriam realizado uma discreta campanha de pressão para que as lideranças políticas e militares do Brasil respeitassem a democracia do país.
A contestação dos resultados eleitorais por Bolsonaro e seus apoiadores foi semelhante à postura adotada pelo ex-presidente Donald Trump nas eleições de 2020 nos Estados Unidos, o que resultou na invasão do Capitólio, em Washington, em janeiro de 2021, em meio a diversas tentativas frustradas de reverter o resultado do pleito.
— O governo Biden, então – acrescentava a reportagem – buscou transmitir sua mensagem sem parecer que estava interferindo nas eleições de outro país. A solução encontrada foi uma campanha coordenada, porém sem publicidade, em diversos setores do governo dos Estados Unidos, incluindo militares, CIA, Departamento de Estado, Pentágono e Casa Branca.
Biden enfrentará, daqui a pouco mais de um ano, uma tentativa de reeleição desde já ameaçada por seus oitenta anos de idade e por uma nova candidatura de Trump. Na perspectiva de Biden e de seu governo, o “quanto pior, melhor” de Roberto Campos no Brasil faz parte do movimento internacional de extrema direita que tem em Trump seu maior ativo e em sua volta ao poder sua mais promissora expectativa.
Apesar de Campos, porém, e de sua taxa de juros, o governo Lula está dando certo. A mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada quarta-feira, revela que a aprovação do governo subiu de 51 para 56% em relação a abril e que esse resultado se deve à melhora da percepção dos entrevistados sobre a economia – a mesma economia que os juros estratosféricos tentam sabotar.
A aprovação do governo Lula subiu até entre entrevistados que votaram em Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial: em abril, apenas 14% dos eleitores de Bolsonaro aprovavam o governo Lula; em junho, a aprovação subiu oito pontos e chegou a 22%. Também nas regiões mais anti-Lula do país a aprovação do governo cresceu: na região Sul, de 43% para 48%, e no Centro-Oeste, de 46% para 56%. E entre os evangélicos, de 39 para 44%.
As expectativas, finalmente, são uma demonstração incontestável: se 25% acham que a economia vai piorar, nada menos que 56% dos entrevistados consideram que a economia vai melhorar nos próximos 12 meses. Apesar dos juros…
(*) Por José Augusto Ribeiro – jornalista e escritor. Publicou a trilogia A Era Vargas (2001); De Tiradentes a Tancredo, uma história das Constituições do Brasil (1987); Nossos Direitos na Nova Constituição (1988); e Curitiba, a Revolução Ecológica (1993); A História da Petrobrás (2023). Em 1979, realizou, com Neila Tavares, o curta-metragem Agosto 24, sobre a morte do presidente Vargas.
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