Enquanto o Brasil, debaixo da gestão criminosa do extremista de direita Jair Bolsonaro, caminha rapidamente para uma catástrofe humana, a vizinha Argentina dá um show de competência e eficiência com as medidas de contenção ao coronavírus adotadas pelo governo esquerdista de Alberto Fernandez.
Nosso mais emblemático rival dos gramados foi simplesmente o primeiro país latinoamericano a agir decisivamente decretando emergência de saúde pública já em 12 de março, um dia depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia global. E, a partir daí, medidas governamentais enérgicas se sucederam.
O empenho inicial do governo argentino foi focado em achatar a curva, coibindo a disseminação do vírus. A Saúde pública ganhou reforço para ter condições de fazer testes em massa, rastrear contatos e ser suprida de equipamentos de proteção para os profissionais da linha de frente, além de respiradores para os severamente infectados.
As medidas incluíram ainda a permanência obrigatória em abrigos para os que violam o distanciamento, além de multas e prisão de seis meses a dois anos, e outras medidas de “isolamento social e preventivo” agora estendidas até 10 de maio.
Todas as chegadas de passageiros dos “pontos quentes” do Covid-19 (incluindo China, Irã, Coréia do Sul, Itália e EUA) têm que ficar em quarentena por 14 dias, independentemente da nacionalidade. Todos os voos diretos entre Argentina e EUA, bem como Europa, foram suspensos por 30 dias a partir de 17 de março, agora prolongados indefinidamente.
O governo argentino também passou a proteger sua população do epicentro brasileiro criando corredores seguros nas províncias de fronteira que permitem que os motoristas brasileiros acessem os banheiros, comprem comida e descarreguem produtos com o mínimo de contato com os argentinos.
O resultado das medidas enérgicas – além de um pacote econômico feroz em que o governo assume sacrifícios orçamentários para proteger os argentinos e as empresas – é que o número de mortes, até o dia 10 de maio, está em 305.
Enquanto isso, no Brasil as mortes já passam de 11 mil. E a situação da pandemia no território brasileiro está causando preocupação nos países vizinhos. O que mais chama a atenção é que o presidente Jair Bolsonaro se opõe publicamente às medidas restritivas para conter o avanço da doença. Alberto Fernández já afirmou que o Brasil representa um risco muito grande para a América do Sul.
No Paraguai, o presidente conservador Mario Abdo Benítez recusou-se a abrir gradativamente a fronteira com o Brasil, como queriam os comerciantes da fronteiriça Ciudad del Este. O também direitista Luis Lacalle Pou, presidente do Uruguai, anunciou um aumento do controle sanitário na fronteira com o Brasil.