É a primeira vez que moeda chinesa é usada para cumprir compromissos com o FMI
O governo pagará 2.700 milhões de dólares, mas não o fará com essa moeda. Ele cumprirá o vencimento desse valor com uma combinação de Direitos Especiais de Saque (DSE) e yuan disponível gratuitamente.
A modalidade de pagamentos “sem uso de dólares” foi antecipada por porta-vozes da área econômica. É uma alternativa que, diante da escassez de dólares, encontrou a equipe de Sergio Massa, agora pré-candidato a presidente e ministro da Economia, para cumprir o órgão presidido por Kristalina Georgieva.
Este é o primeiro pagamento que o país fará ao FMI em yuan. O governo explicou que a agência recebe o pagamento em moeda chinesa e depois tem que sair e comprar SDRs nos países que estão interessados em yuan. Uma alternativa é que eu os troquei diretamente com a China.
“Você paga diretamente em yuan e o FMI com esses recursos procura quem vende SDRs, que certamente será a China, mas que pode ser qualquer um que tenha SDRs e queira ter yuan em sua carteira”, disse uma fonte do governo.
O compromisso com o organismo liderado por Kristalina Georgieva será pago no último dia deste mês, sexta-feira, 30 de junho.
Como prosseguem as negociações com o FMI
Nesta semana, na Convenção Anual da Câmara Argentina de Construção, em La Rural, o ministro da Economia, Sergio Massa, disse que “estão tentando resolver a discussão do próximo semestre, ou dois trimestres, com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e, nas próximas horas, será conhecido o programa com a agência”.
Sem especificar qual será “o programa” em que sua equipe está trabalhando, o candidato presidencial da União pela Pátria disse que “uma obsessão que o próximo presidente tem que ter é recolher todos os dólares que a Argentina precisa para pagar ao FMI e tirá-lo da Argentina novamente para nunca mais voltar”, um objetivo que tem o espelho claro da gestão realizada por Néstor Kirchner.
Como detalhado em sua apresentação no La Rural, este ano “a Argentina perdeu em um golpe 20.000 milhões de dólares, de um total de 100.000 milhões de dólares de renda, devido à seca. Há quem diga ‘corte tudo’, mas temos de cuidar das despesas e isso exige planeamento, para ver como assumimos o esforço partilhado com as províncias”.
Massa reconheceu ainda que o fechamento da negociação para o próximo semestre com o FMI tem para ele um desafio adicional neste ano de eleições presidenciais: “Tentar ser asséptico no olhar, para que a questão eleitoral não manche o olhar de estabilização das contas, dos dólares financeiros e do fluxo de bens intermediários”.
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