A base do discurso dos BRICS puxado pela China de apelo à maior cooperação internacional, na retaguarda do comando político do partido comunista chinês, abrindo-se ao mundo multipolar em lugar do discurso unipolar americano, que destrói a olhos visto seu maior parceiro comercial e político, a Europa Ocidental, fortalece o socialismo e abre-se a uma nova internacional socialista.
A situação da Alemanha, país mais desenvolvido da Europa Ocidental, que puxa a demanda global do velho continente, aponta para deterioração política cujos reflexos se darão nas próximas eleições parlamentares, devido à crise econômica nacional, aprofundada pela guerra na Ucrânia.
No momento, os alemães já começam a abandonar o sonho da casa própria e a discussão do dia a dia das famílias, segundo os jornais, é a de defesa do congelamentos dos aluguéis por período de 3 anos; os proprietários elevam os preços acima de 20%, estrangulando os trabalhadores; o governo estuda reter essa escala a até 6% ao ano; polarização em capital e trabalho em ascensão.
O setor industrial alemão paga 15 vezes mais pelos preços da energia, depois que os Estados Unidos sabotaram o fornecimento de gás russo para a Alemanha; a elevação dos preços industriais reduz competitividade das exportações alemãs, carro chefe da economia.
Os salários, com aumento do desemprego, despencam diante da inflação que supera 10%, enquanto a média, antes da guerra, ficava na casa dos 3,5%; o resultado é destruição do poder de compra e a reavivamento da energia sindical trabalhista para resistir ao massacre do capitalismo de guerra, imposto pelos Estados Unidos etc.
França e Alemanha estão no mesmo barco; inicialmente, tentaram romper as ordens de Washington, para se manterem próximas da Rússia, porém, os americanos, substitutos no fornecimento de gás líquido aos europeus, não, apenas, cobram bem mais caro pela mercadoria, como ameaçam boicote se europeus insistirem em desobedecer às ordens de Tio Sam.
RADICALIZAÇÃO POLÍTICO IDEOLÓGICA À VISTA
Washington bombeia, portanto, o gás político revolucionário na velha Europa, fragilizada pelos prejuízos decorrentes da guerra; Macron, presidente da França, tentou sentar-se na cadeira dos BRICS, na África do Sul, para contornar o garrote do império americano, mas China e Rússia sentiram que se autorizasse, estariam colocando Quinta Coluna em suas fileiras etc.
Com o rigoroso inverno se aproximando, novamente, como aconteceu no ano passado, a situação europeia, em 2023, estará sobremaneira deteriorada, fornecendo combustível para a polarização política, entre direita, de um lado, e esquerda, de outro, enquanto a social-democracia entra em colapso.
A ampliação dos BRICS, com incorporação em suas fileiras, dos países maiores produtores de petróleo, como Emirados Árabes, Arábia Saudita, bem como ampliação do pré-sal brasileiro, que já está se aproximando de produção de 4 milhões de barris, bem como expectativa de que Venezuela venha incorporar-se às fileiras do grupo, joga combustível na luta política mundial anti-capitalista, na Europa, com um pé no abismo.
Na América Latina, as notícias são de alvorada para ampliação da Rússia, na região, com assinatura de acordo de livre comércio com Nicarágua e com Cuba, nas barbas dos Estados Unidos; a expectativas de que a Rússia estaria derrotada, conforme as afirmações das autoridades americanas, chegadas aos fake News, contra as forças combinadas dos EUA-OTAN, não batem com a realidade; as sanções comerciais de Biden, como relatam os próprios analistas internacionais, da mídia independente americana, saíram pela culatra.
O bloqueio americano aos russos, isolando-os da Europa, fez mais mal aos europeus que aos russos, que buscaram alternativas via maior aproximação comercial, política e militar com os chineses, indianos e asiáticos em geral.
Na África, revolução social se amplia com novo movimento internacional de descolonização, depois do golpe militar no Níger, colocando em xeque poder colonial francês, dependente do fornecimento, para a França do urânio nigeriano; depois da conferência econômica Rússia-Comunidade Africana, há menos de um mês, em São Petersburgo, serviu como estopim para revoltas africanas; acaba de cair ditadura militar dominante há 50 anos por uma só família, no Gabão; rapidamente, a Etiópia, país, economicamente, poderoso, rapidamente, foi atraído como novo membro dos BRICS.
Revolução geopolítica internacional está em marcha como desdobramento da guerra e do mergulho da velha Europa em crise capitalista sistêmica, no compasso da desdolarização global, que sinaliza debacle da hegemonia americana e a divisão econômica com emergência da moeda chinesa.
NOVO PODER MONETÁRIO
O novo sistema monetário internacional colocaria em cena, supostamente, novas moedas mediante novos critérios geopolíticos; por que não haveria uma moeda sul-americana ancorada no poder do petróleo brasileiro e venezuelano, reforçado pela potência agrícola representada pelo conjunto da economia brasileira e argentina, respaldada no yuan, fortalecido pela pujança comercial chinesa, como grande consumidora?
A desdolarização tenderia a avançar, substancialmente, como contrapalo da fragilidade relativa do mundo atlântico, abalado pelo rompimento da cooperação internacional entre Europa e Estados Unidos, em decorrência dos desdobramentos da guerra na Ucrânia, cujas possibilidades de vitória da OTAN-EUA viram quimera.
A Rússia já ocupou as principais regiões ucranianas que visava apoiar e incorporar populações russas nelas dominantes, de modo que as tropas russas cuidam, agora, de preservar o que já está conquistado e com chances de ampliar novas conquistas pelo maior poderio militar.
Sem pretender constituir-se em poder militar expansionista, os BRICS, compostos pela potência militar, Rússia, e a comercial e tecnológica, China, ficam com uma reserva considerável de força geopolítica; poderão, portanto, imprimir a nova política de cooperação internacional, que mantém na retaguarda e acuada a força imperialista americana, no compasso da desdolarização, que aumenta instabilidade financeira do Império.
Com o discurso de nova pax mundial, Rússia e China, irmanadas nos BRICS, que possuem reservas de matérias primas capazes de proporcionar participação crescente do bloco no PIB mundial, nos próximos anos, a nova situação geopolítica de caráter inclusivo vira poderoso atrativo para discurso socialista, na linha chinesa, de capitalismo de Estado sustentado por agentes públicos financeiros, não mais privados.
Seria reviravolta do capitalismo privado exclusivo à moda americana para o capitalismo estatal chinês-russo, no rastro da nova geopolítica global, como nova modernidade pré-socialista?
(*) Por César Fonseca, jornalista, atua no programa Tecendo o Amanhã, da TV Comunitária do Rio, é conselheiro da TVCOMDF e edita o site Independência Sul Americana.
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