O ataque de Israel a uma escola em Gaza, em 10 de Agosto, teve deliberadamente a intenção de causar o máximo de vítimas civis, revela um relatório.
Segundo uma investigação da agência de verificação Sanad da rede Aljazeera, o bombardeamento israelita do último sábado que deixou um trágico número de mortos e dezenas de feridos na escola Al-Tabein, localizada em Al-Daraj, no centro da cidade de Gaza, foi “calculado” para causar perda generalizada de vidas.
A investigação determinou que o ataque foi “deliberadamente planeado para causar o máximo de vítimas” e que “um grande número de pessoas deslocadas foi deliberadamente alvejado”, de acordo com um comunicado divulgado terça-feira.
Para chegar às suas conclusões, Sanad examinou testemunhos de sobreviventes, fotografias dos restos das bombas utilizadas no ataque, imagens que mostram como os projécteis penetraram nos telhados da mesquita anexa à escola, bem como documentação das consequências imediatas do ataque. explosão.
O HAMAS rejeita a falsa narrativa de Israel para justificar o seu ataque à escola Al-Tabein e assegura que não há um único indivíduo armado entre os mortos.
Com base nas evidências, a agência de verificação informou que o exército de ocupação disparou dois mísseis teleguiados justamente no momento em que decorriam as orações da madrugada.
Os mísseis “penetraram no telhado da mesquita, atravessaram o primeiro andar, onde está localizada a capela das mulheres, e explodiram no piso térreo, onde está localizada a capela dos homens”, disse Sanad no seu relatório, revisto pela Aljazeera.
A agência ressaltou que os fragmentos de pelo menos dois projéteis utilizados neste ataque eram do tipo GBU-39 SDB, fabricados nos Estados Unidos. Este armamento é fabricado e exportado para o exército israelense pela empresa Boeing.
Sanad também contestou as alegações dos militares israelenses de que o ataque à escola Al-Tabein teve como alvo combatentes do Movimento de Resistência Islâmica Palestina (HAMAS) e da Jihad Islâmica Palestina que supostamente estavam no salão de oração dos homens.
O Estado da Palestina condenou a cumplicidade dos EUA no ataque mortal levado a cabo este sábado pelo regime israelita contra uma escola em Gaza.
Tanto o HAMAS como a Jihad Islâmica rejeitaram categoricamente estas alegações. Em ambos os casos, os movimentos sublinharam que este massacre foi deliberada e intencionalmente dirigido contra civis desarmados, com o objectivo de causar o maior número possível de mortes, incluindo crianças, mulheres e idosos.
Os ataques ocorreram durante o período de oração numa mesquita que atende civis deslocados. Fotografias e testemunhos de sobreviventes demonstram que, contrariamente às afirmações dos militares israelitas, eclodiram incêndios em áreas fora do complexo que as forças de ocupação afirmaram ter atacado exclusivamente, matando e mutilando civis.
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“As evidências sugerem fortemente que este foi um ataque deliberado e calculado com a intenção de causar perda generalizada de vidas”, afirma o relatório.
Nas últimas semanas, as forças de ocupação aumentaram o bombardeamento de áreas supostamente seguras de Gaza, onde dezenas de milhares de civis deslocados pelo conflito procuraram refúgio.
Israel bombardeou mais de metade das escolas convertidas em abrigos.
Desde o passado dia 7 de Outubro, os ataques indiscriminados do regime sionista contra a Faixa de Gaza deixaram um número trágico de quase 40.000 mortos e mais de 92.200 feridos, enquanto cerca de 10.000 vítimas permanecem sob os escombros, segundo estimativas das autoridades de Gaza.