Distanciamento social fez esportistas de todo país mudarem estratégias para manter o condicionamento físico
Enquanto a recomendação for ficar em casa, para quem puder, esportistas de todo o mundo precisaram adaptar seus lares em espaços minimamente adequados para dar continuidade às rotinas de treinamento. A nova realidade, decorrente da pandemia de coronavírus, propõe minimizar ao máximo os prejuízos da classe esportiva quando todas as atividades voltarem plenamente à normalidade. Para manter o preparo físico em dia, acompanhe as medidas adotadas por nomes do Distrito Federal.
Caio Bonfim, maior atleta de marcha atlética brasileira, trocou a atividade na rua pela esteira. Ele cumpre, diariamente, vários quilômetros em cima do aparelho.
“Mas tenho treinado muito bem, estamos usando esse momento para pontuar algumas coisas. Coisas que a intensidade da temporada vai deixando passar porque tem competição a todo o momento. E competividade tem que estar alta”, diz Caio Bonfim, que estava com o passaporte carimbado para os Jogos Olímpicos de Tóquio, adiado para o próximo ano.
A tarefa de mudar o local de treinamento para o multiesportista Estevão Lopes foi ainda mais difícil. Afinal, ele pratica vela adaptada, remo paralímpico e paracanoagem no Lago Paranoá.
“Venho fazendo como posso em casa. Não parei, mas os treinos são limitados. Eu preciso do Lago Paranoá e das minhas embarcações para praticar essas modalidades. Eu estou fazendo um ‘quebra galho’ em casa. E também estou postando nas minhas redes sociais dicas de exercícios para o pessoal”, destaca Estevão.
Já Thaís Carvalho, do arco e flecha, está fazendo uma série de exercícios com o próprio arco e um elástico. “Estou improvisando meu treino com os recursos que tenho disponíveis”, destaca.
Ela avalia como sensata a decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) em adiar a data dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. “Fiquei aliviada, já que brigo por uma vaga. No Mundial, no ano passado, consegui bater o índice para Tóquio. Agora, em março, estava marcado o Parapan da modalidade, no México, e lá iria buscar essa vaga.”
A quarentena pegou de surpresa as irmãs gêmeas Nayara e Nayeri Albuquerque, fundadoras do Minas Brasília Futebol Feminino/As Minas, time de futebol que estava em pleno vapor na Série A1 do Campeonato Brasileiro. “A gente estava vindo de uma vitória contra a Ponte Preta”, lamenta Nayara.
A solução foi criar um planejamento, em que cada atleta recebe, diariamente, um treino para executar em casa, entre condicionamento e fisioterapia. “Durante a semana estamos dividindo entre as posições com treinos teóricos em videoconferência. A gente nunca está parada”, finaliza.