Todos os agrupamentos políticos que se prezavam no
passado, fosse evento eleitoral ou não, organizavam debates para
fazer o balanço dos resultados e traçar perspectivas futuras.
Os atuais dirigentes do PT – em todas as esferas – fogem do
dever de casa como o diabo teme a a cruz.
Poucos estão dispostos a reconhecerem que a máquina
burocrática impede a fala com os filiados e militantes, que a direção
não faz debates, não faz formação, não orienta.
Os parlamentares não reconhecem que há tempos
capturaram as direções, jogam com seus cargos de confiança, com
emendas parlamentares, para dominar a máquina partidária, não
tem como foco a sociedade. Isto começa a ser passado no PT.
Quem vai reconhecer, finalmente, que o Fundo Eleitoral foi
destinado para os amigos do rei ou da rainha? Que foram
beneficiados candidatos que gastaram uma fortuna para ter
resultados pífios? Tem um grupo político eleitoral que não elegeu
nem prefeitos nem vereadores em todo o Estado. Talvez uma.
Tendências tradicionais e fortes tiveram resultados pífios. Ou seja,
parece mesmo que as tendências deram lugar aos mandatos.
Quando o PT vai reconhecer que é ninho de chupim para o
PCdoB e para o PV? Só conseguiram eleger vereadores no Estado
nas costas do PT.
Quando a nova geração vai começar a respeitar os
fundadores do partido, seu quase meio século de ações? Há
agrupamentos se formando em oposição sem princípio aos “velhos”
do PT, como se não servissem mais. Talvez tenha também gente
da velha guarda que não saiba respeitar as novas gerações. Este
conflito é claro, evidente, e há idadismo de lado a lado.
Será que nossos candidatos de alguns pequenos diretórios
vão ficar quietos depois de receberam 250 reais do Fundo? Duvido
que fiquem!
Passadas as eleições em cada papo, em cada postagem tem
algum grau de verdade, mas tem poeira nos olhos dos
discordantes, tem provocações sem objetivos, tem tergiversações,
para esconder as responsabilidades dos dirigentes.
Todo mundo fala mal dos processos de comunicação, mas
ninguém ousa apontar ponto a ponto os erros, ficando tudo num
diálogo de faz de conta, sem resultado algum.
As direções não lançaram nenhum convite para que as
pessoas se filiem ao partido.
Se quisermos avançar temos que ser mais, ter mais gente
engajada, filiada, militante, forjada em lutas e em debates.
Concluo que no momento não temos nem balanço nem
perspectivas, algo se conhecia como crise de direção.
(*) Adeli Sell é professor, escritor e bacharel em Direito.
As opiniões dos autores de artigos não refletem, necessariamente, o pensamento do Jornal Brasil Popular, sendo de total responsabilidade do próprio autor as informações, os juízos de valor e os conceitos descritos no texto.