Presidente do PT classificou como “estarrecedora” a denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro, acusado de comandar uma tentativa de golpe de Estado
A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), classificou como “estarrecedora” a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro (PL), acusado de comandar um esquema para desestabilizar a democracia brasileira. Em uma postagem nas redes sociais, Gleisi afirmou que a acusação revela uma “trama golpista, ditatorial e assassina” liderada por Bolsonaro desde 2021 até os atos de 8 de janeiro de 2023. Segundo ela, o relatório do procurador-geral da República, Paulo Gonet, comprova que o ex-presidente “recebeu e concordou com o plano para assassinar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes”.
Na mesma publicação, Gleisi Hoffmann ironizou as recentes alegações da base bolsonarista, que, segundo ela, tentam criar narrativas falsas para desviar o foco da denúncia. “Fantasia e fraude é seguir acusando o TSE de ter recebido dinheiro dos EUA para prejudicá-los nas eleições de 2022”, escreveu a deputada, referindo-se às teorias da conspiração espalhadas por aliados do ex-presidente. Ela destacou que, ao contrário dessas alegações, o inquérito da PF e a denúncia da PGR são embasados em provas concretas e devem servir para responsabilizar Bolsonaro e seus cúmplices pelos ataques contra a democracia brasileira.
É estarrecedora a denúncia do procurador-geral de que Jair Bolsonaro recebeu e concordou com o plano para assassinar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes. O que o inelegível e sua turma chamam de “fantasia” é a descrição minuciosa da trama golpista, ditatorial e assassina que Jair…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) February 19, 2025
A manifestação da parlamentar ocorre após a PGR apresentar, nesta terça-feira (18), uma denúncia formal contra Bolsonaro e outras 33 pessoas ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Entre os denunciados estão militares de alta patente, como Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
A acusação da PGR tem como base o inquérito da Polícia Federal, que, em novembro do ano passado, indiciou Bolsonaro como articulador de um plano golpista para impedir a posse do presidente Lula (PT). A investigação aponta que o ex-presidente adotou um discurso de ruptura institucional ao contestar reiteradamente o sistema eleitoral e fomentar ataques às instituições democráticas.
Segundo Gonet, Bolsonaro e Braga Netto atuaram como líderes da conspiração para abalar a democracia brasileira.
A denúncia contra Bolsonaro será analisada pela Primeira Turma do Supremo, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux. Caso a maioria dos magistrados aceite a acusação, Bolsonaro e os demais denunciados se tornarão réus e responderão a uma ação penal no STF.
Ainda não há uma data definida para o julgamento, mas, considerando os trâmites do Supremo, a análise do caso pode ocorrer ainda no primeiro semestre de 2025.