O Brasil terá a presidência do Banco do BRICS pelos próximos cinco anos. O economista Marcos Troyjo, secretário de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, foi eleito, dentro da regra de rodízio que caracteriza a instituição.
O intrigante é que a participação do Brasil no BRICS não signifique uma aproximação automática e construtiva, que leve o governo Bolsonaro a um providencial pedido de ajuda a pelo menos dois dos membros do Bloco, Rússia e China, com vasta experiência no controle de epidemias, experiência que tem sido compartilhada com inúmeros países, entre eles a Itália, país membro do G7 e da OTAN.
Certamente são motivações políticas indefensáveis que levam o governo Bolsonaro hostilizar a China, por exemplo, ao invés de solicitar ao gigante asiático, seu maior parceiro comercial, uma necessária e urgentíssima ajuda especializada no combate à Covid-19, que, no caso brasileiro, encontra-se fora de controle, ceifando, desnecessária e irresponsavelmente, muitas vidas que poderiam ser preservadas.
Pode ser que uma pressão dos governos estaduais, do parlamento e de instituições da sociedade possam levar o governo federal a buscar cooperação na área de saúde, o que seria lógico e natural, tal como não rejeita a expansiva cooperação comercial. Esta questão deveria fazer parte da agenda dos partidos políticos.