O Brasil registrou, nesta segunda-feira (14), 827 mortes e 39.846 novos casos de Covid-19, segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), referentes às últimas 24 horas.
Com a atualização, o país passa a ter 488.228 mortes e 17.452.612 de infectados pelo novo coronavírus. Importante destacar que, nas segundas feiras, os Às números divulgados pelo Conass tendem ser inferiores aos demais dias da semana, uma vez que secretarias de saúde não funcionam aos domingos.
Lembrar também que todos os números, independentemente do dia da semana, são subnotificados. Ainda assim, mesmo sem contabilizar o real contingente de mortos pela Covid-19, seis estados brasileiros atingiram a marca de 1 milhão de contaminados pela Covid-19: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia e Santa Catarina.
Mesmo com elevada subnotificação, o Brasil registrou 13.741 mortes por Covid-19 nos últimos sete dias do mês de junho, uma alta de 19,75% em relação à semana anterior, segundo dados do Conass, divulgados no sábado (12).
O país vinha de duas semanas seguidas de queda nas novas mortes. Na semana passada, foram registradas 11.474 vítimas da doença do novo coronavírus. No sábado (12), foram confirmadas 2.037 mortes e 78.700 novos casos de Covid-19 em 24 horas.
As subnotificações atingem também a contagem do consórcio de veículos de imprensa que, de forma independente, apura os números nas Secretarias de Estado da Saúde e, todos os dias, por volta das 20h atualizam os dados.
Com isso, o Brasil registrou 928 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando, nesta segunda-feira (14), 488.404 óbitos desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias chegou a 1.970. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +5% e indica tendência de estabilidade nos óbitos decorrentes do vírus.
É o 27º dia seguido de estabilidade na comparação com duas semanas atrás. Isso significa que o ritmo atual das mortes por Covid tem se assemelhado mais a um platô do que a uma queda ou a um aumento na curva, e isso em patamar bastante elevado.
Opas diz que controle da Covid-19 nas Américas levará anos se vacinação continuar em ritmo lento
Em matéria publicada em seu site nesse fim de semana, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) afirma que, em alguns países, nem 1% da população foi vacinada. Em outros, o número é de apenas 3%.
Carissa F. Etienne, diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), chamou a atenção para a baixa taxa de vacinação contra a Covid-19 na América Latina e no Caribe e alertou que o controle do vírus levará anos se as atuais tendências persistirem.
Ela pediu um aumento “urgente” do acesso às vacinas e chama países a contribuírem com doses ou recursos financeiros. “Estamos vendo o surgimento de dois mundos: um retornando rapidamente ao normal e outro onde a recuperação continua sendo um futuro distante”, afirmou Etienne na coletiva de imprensa semanal da OPAS.
Embora os Estados Unidos tenham vacinado totalmente mais de 40% de sua população, o ritmo é muito mais lento na América Latina e no Caribe. Alguns países – incluindo Equador, Peru e Bolívia – vacinaram apenas 3% de suas populações.
Na América Central, apenas 2 milhões de pessoas foram totalmente vacinadas; no Caribe, menos de 3 milhões. Em alguns países, incluindo Guatemala, Trinidad e Tobago e Honduras, nem mesmo 1% da população foi vacinada.
“As inequidades na cobertura vacinal são inegáveis”, disse Etienne. “Infelizmente, o fornecimento de vacinas está concentrado em algumas nações, enquanto a maior parte do mundo espera que as doses se esgotem. Embora as vacinas COVID-19 sejam novas, esta história não é – a desigualdade muitas vezes dita quem tem o direito à saúde.”
A diretora da OPAS acrescentou que, “se as tendências atuais continuarem, as disparidades de saúde, sociais e econômicas em nossa região ficarão ainda maiores e levará anos até que possamos controlar este vírus nas Américas”.
Etienne pediu o aumento “urgente” do acesso às vacinas na América Latina e no Caribe e a priorização de países onde “mesmo as populações vulneráveis ainda precisam ser protegidas”. Ela chamou os países ricos em vacinas e recursos a seguirem o exemplo dos Estados Unidos, que doou 6 milhões de doses iniciais; da Espanha, que contribuiu com 5 milhões; e do Canadá, que comprometeu 50 milhões de dólares canadenses para expandir o acesso às vacinas na América Latina e Caribe.
“Esperamos que outros países – especialmente aqueles com doses sobrando – e instituições financeiras globais sigam seus passos para fornecer o apoio de que precisamos para proteger 70% da nossa população que não será coberta pelo COVAX”, disse Etienne referindo-se ao mecanismo global para garantir a igualdade de acesso às vacinas contra a Covid-19.
Segundo Etienne, os países da América Latina e do Caribe devem aderir a medidas comprovadas de saúde pública, como uso de máscaras, higienização das mãos e distanciamento físico. A diretora da OPAS também pediu a implementação de “sistemas de vigilância robustos” apoiados por testes regulares e rastreamento de contatos. “Isso continuará sendo fundamental para controlar o vírus, mesmo com a expansão da cobertura vacinal e a redução dos casos”.
“A deterioração das condições continua na América Latina e no Caribe, alertou Etienne. “As tendências que estamos vendo são claras: em nossa região, este ano foi pior do que o anterior. Em muitos lugares, as infecções são mais altas agora do que em qualquer momento desta pandemia.”
A diretora da OPAS informou que, no Caribe, Trinidad e Tobago notificou o maior aumento nas infecções e mortes por COVID-19 durante o mês passado. No Haiti, as hospitalizações de pacientes com COVID-19 estão sobrecarregando os suprimentos de oxigênio do país. Na Costa Rica, as infecções estão diminuindo após semanas de aceleração, mas outros países da América Central, incluindo Panamá e Guatemala, estão registrando um aumento de novos casos.
Equador, Brasil e Peru notificam um declínio nos casos, mas a maioria dos países sul-americanos, incluindo Argentina, Uruguai e Chile, estão notificando infecções crescentes. Tanto os casos quanto as mortes aumentaram na Bolívia e na Colômbia durante as últimas duas semanas e, em muitas cidades colombianas, os leitos de UTI estão quase no limite de sua capacidade.
Em todas as Américas, incluindo a América do Norte, houve quase 1,2 milhão de novos casos de Covid-19 na semana passada e mais de 34 mil mortes. Quatro dos cinco países com o maior número de mortes no mundo estão nas Américas.
“Apesar de dobrar – ou mesmo triplicar – os leitos hospitalares em toda a região, os leitos de UTI estão cheios, o oxigênio está acabando e os profissionais de saúde estão sobrecarregados”, disse Etienne.
Da Opas