No ano em que a humanidade enfrenta a maior crise sanitária dos últimos cem anos, organizações de todo o mundo se unem à campanha pela indicação da Brigada Médica Cubana Henry Reeve ao Prêmio Nobel da Paz de 2021.
O Contingente Internacional de Médicos Especialistas no Enfrentamento de Desastres e Graves Epidemias Henry Reeve, criado em 2005 por Fidel Castro, foi oferecido naquele ano ao governo do então presidente George W. Bush dos EUA depois da passagem do furacão Katrina que devastou a região pobre ao sul do país. A oferta, totalmente sem custos e um gesto de solidariedade internacionalista, como é histórico no legado da Revolução Cubana, foi rechaçada por Bush, mas estava lançada a semente do que desde então o mundo conhece como um dos, senão o maior, ativo que Cuba possui em suas relações internacionais.
Desde sua criação a Brigada Henry Reeve atuou em diferentes países em situações de perigo: terremotos, furacões, tempestades, epidemias (cólera, ebola, etc.) arriscando suas próprias vidas. Em 2017 o grupo foi agraciado com um prêmio pela Organização Mundial da Saúde (OMS) pelos serviços prestados em diferentes nações e especificamente no combate ao Ebola na África.
O Prêmio Nobel da Paz tem por objetivo ser concedido a personalidades ou grupos que levam solidariedade, amor e esperança ao mundo e por isso, também nós aqui no Brasil somos instados a reconhecer a medicina praticada pelos médicos cubanos como um legado de amor durante o período em que aqui atuaram pelo Programa Mais Médicos. Mesmo agora, durante a pandemia de coronavirus em que o mundo assiste a esses ‘anjos de jalecos brancos’ socorrendo diferentes países, é possível ter a dimensão do quanto fazem falta ao povo brasileiro, especialmente no chamado Brasil ‘profundo’ nesse momento.
A ilha socialista, com poucos recursos naturais e violentamente bloqueada pelo mais poderoso império mundial, presta socorro a muitos países latinos, africanos, asiáticos e até europeus, como a Itália, um dos mais fortemente atingidos pelo pico da tragédia.
A verdade é que a humanidade não tem outra alternativa que não apoiar que o Nobel da Paz seja concedido à Brigada Henry Reeve, como reconhecimento da imensa contribuição à paz aos direitos humanos – em especial o direito à vida. Se hoje os seres humanos desejam que um novo mundo ressurja desse processo tão doloroso, um mundo que opta pelo amor e a solidariedade e não por guerras e ódio, essa é a oportunidade de reconhecer o que de melhor o ser humano tem a oferecer ao mundo.