Ainda sob os efeitos do amargo regresso das enchentes de maio, o céu que deveria ser de brigadeiro – para esperar a primavera – tapou-se de fumaça e fuligem.
O pretume veio de longe. Veio das criminosas queimadas dos fascistas do agro. Sim, dos fascistas. Afinal, nem todos são criminosos.
O fato de plantar e produzir alimentos é uma atividade nobre. Cruel e criminosa é a devastação, a queimada e a grilagem.
Nosso governo agiu, mas não o bastante. O governo federal, os governos estaduais e os prefeitos têm a obrigação de agir com mais rigor.
O presidente deveria ter convocado o Exército para ajudar no combate às queimadas.
Cabe à Polícia Federal ser mais atenta e atuante. Cabe aos movimentos sociais e ambientais mais mobilizações de massa e de rua. Não bastam abaixo-assinados virtuais.
Temos que derrubar de uma forma ou de outra os pilares deste novo crime organizado. Os inquéritos policiais precisam ser acelerados. Ministério Público e Justiça têm que dar prioridade a tudo o que possa envolver o crime de queimadas.
Quem vacilar neste momento está colocando mais gasolina no fogo.
Que a primavera nos traga chuvas amenas, limpe o céu da fuligem e apareça o céu azul.
(*) Adeli Sell é professor, escritor, bacharel em Direito e vereador.