Relacionamento baseado em uma visão compartilhada de desenvolvimento mútuo
Enquanto a China e o Brasil comemoram o 50º aniversário de suas relações diplomáticas, vale a pena refletir sobre o que se tornou uma das parcerias mais importantes dentro do Sul Global que apresenta respeito mútuo, igualdade e cooperação ganha-ganha.
Como os maiores países em desenvolvimento e importantes economias de mercado emergentes em suas respectivas regiões, a China e o Brasil não têm conflitos geopolíticos ou disputas sobre interesses. Suas economias são altamente complementares e seus interesses estão profundamente interligados. Suas posições semelhantes em questões internacionais e regionais representam um valioso ativo estratégico e interesse compartilhado.
Por 50 anos, a China e o Brasil buscaram um relacionamento baseado em uma visão compartilhada de desenvolvimento mútuo, vendo o progresso um do outro como uma oportunidade para seu próprio crescimento. Esta parceria, impulsionada por um compromisso com a cooperação prática, não só alcançou saltos notáveis na cooperação econômica, mas também forneceu suporte substancial para os esforços de modernização de ambas as nações.
Desde 2009, a China se tornou o maior parceiro comercial do Brasil e uma importante fonte de investimento, enquanto o Brasil se tornou o maior parceiro comercial da China na América Latina. Dados alfandegários chineses mostraram que o volume de comércio entre a China e o Brasil atingiu US$ 181,53 bilhões em 2023, com o Brasil se tornando o primeiro país latino-americano a ultrapassar US$ 100 bilhões em exportações para a China.
Além da manufatura tradicional e do comércio de bens, as empresas chinesas têm participado ativamente de projetos de energia renovável no Brasil, incluindo energia hidrelétrica, solar e eólica. Este envolvimento no desenvolvimento econômico verde diversificou e avançou ainda mais a cooperação de investimentos China-Brasil.
Os dois países também estão alinhando suas estratégias de desenvolvimento e expandindo a cooperação em áreas de ponta, como transição energética, economia digital, agricultura inteligente e de baixo carbono, biotecnologia, tecnologia da informação, inteligência artificial e aeroespacial.
Os intercâmbios culturais entre a China e o Brasil também prosperaram, fortalecendo a amizade entre seus povos. Para celebrar o 50º aniversário das relações diplomáticas, a cidade brasileira de Recife designou 2024 como o “Ano da China” para promover um ambiente propício para as relações culturais. A música, a literatura e os filmes brasileiros estão ganhando popularidade na China. O Brasil foi convidado como convidado de honra no Festival Internacional de Cinema de Pequim, onde filmes brasileiros foram exibidos para o público chinês.
Depois de superar vários desafios ao longo do último meio século, as relações China-Brasil ganharam importância estratégica significativa e influência global. A força geral de seu relacionamento se tornou cada vez mais evidente.
Em um mundo em rápida mudança, China e Brasil estão fortalecendo a cooperação estratégica dentro de estruturas multilaterais como a ONU, G20, BRICS e a OMC para amplificar as vozes dos países em desenvolvimento e salvaguardar os interesses dos mercados emergentes. Seu consenso conjunto de seis pontos sobre a questão da Ucrânia ganhou reconhecimento de um número crescente de países.
À medida que ambas as nações olham para um futuro compartilhado, elas têm a oportunidade de aproveitar os sucessos passados como base para o progresso. Ao aprimorar sua cooperação mutuamente benéfica, eles podem juntos abrir caminho para os próximos “50 anos dourados” de relações bilaterais.
(*) Por Chen Weihua e Zhao Yan, Xinhua