Pela ordem de entrada:

JOÃO GOULART – Uma biografia [JORGE FERREIRA – Civilização Brasileira]
[…] O processo de radicalização avançaria com a influência cubana. Com Francisco Julião responsável pelo setor de Organização de Massas e Clodomir de Morais na estrutura militar da Organização Política, as Ligas romperam com o modelo do PCB de revolução democrático-burguesa. [pág. 282]

[…] Assim o projeto militar das Ligas começou a ser implantado ainda antes do Congresso Camponês de Belo Horizonte em outubro de 1961. Segundo o responsável pelo setor militar das Ligas, Clodomir Santos de Morais, diversas bases foram implantadas no país: na divisa do Piauí com Bahia, no sul da Bahia, em Mato Grosso, no interior do estado do Rio de Janeiro, em Goiás, no norte do Paraná, Maranhão e na fronteira do Acre com a Bolívia. [p. 311]

A REVOLUÇÃO IMPOSSÍVEL – A ESQUERDA E A LUTA ARMADA NO BRASIL [LUÍS MIR, ED. BEST SELLER]
Fotos [2] pp. 183/5]
O CASO EU CONTO COMO O CASO FOI – memórias políticas – 2º volume [PAULO CAVALCANTI – GUARARAPES]
[…]
Animado com a façanha, Clodomir pediu licença para realizar uma festa na ala reservada presos políticos. Foram duas horas de puro espetáculo teatral da melhor categoria, Clodomir, sozinho —show-man de inigualáveis recursos de imitação — a contar piadas e a cantar, a voz do preso político, saudoso dos homens e das coisas de Santa Maria da Vitória, a recordar histórias de sertanejos, a entoar os acordes das bandas de música de sua terra, a do PSD e da Udênê na prosódia local, a reviver o universo de sua infância na dura rotina da Casa de Detenção. [p. 71]

HERANÇA DE UM SONHO – as memórias de um comunista [MARCO ANTÔNIO TAVARES COELHO – RECORD]
Realizamos mais três daqueles “Cursos Stálin”, com alunos que eram dirigentes e personalidades de relevo do Partido em Pernambuco, entre os quais Jaime Miranda, Hiram Pereira, Ivo Valença, Paulo Cavalcanti, Djaci Magalhães, Cláudio Tavares e outros dos quais não me recordo. Um desses, jornalista na imprensa local, brilhante e inteligente, chamou-me a atenção pela autobiografia que escreveu — Clodomir Morais. [p. 154]
A ELEIÇÃO DO DITADOR [CRISTOVAM BUARQUE – PAZ E TERRA]

Na selva, na plena selva onde, segundo Clodomir Santos de Morais, não adiantava fazer reforma agrária porque sem burros de carga a agricultura não funciona, e burro nenhum moraria naquele inferno, doze homens, cansados de dezessete anos de interminável guerrilha… [p. 133]
A Revolução Que Nunca Houve – O NORDESTE DO BRASIL 1955-1964 [JOSEPH A. PAGE, RECORD]
[…]
Clodomir era um homem com ligações em Havana. Foi ele quem aproximou Julião de Fidel Castro. Por volta de 1961, ele se havia dedicado completamente à causa de Julião, e em dezembro foi censurado abertamente na primeira página do Partido Comunista, no Recife. Em junho de 1962, foi expulso do Partido por “aventureirismo”. [p. 119]

A LUTA ARMADA NO BRASIL DOS ANOS 60 E 70 [Jaime Sautchuk – Garibaldi]
O que realmente conteve o movimento armado das Ligas foi a ação da polícia. Em 62, o comandante militar das Ligas, Clodomir Morais, foi preso no Rio de Janeiro com um carregamento de armas. Sua prisão representou, talvez, o baque definitivo dessa ação armada. [p. 36]
Compilação: Joaquim Lisboa Neto
Biblioteca Campesina, 27 março 2025.
PS: tudo me leva a crer que este trabalho está incompleto pois tenho absoluta certeza de que a gesta revolucionária de Clodomir Morais está contida num sem-número de obras acerca da luta armada no Brasil, além das acima citadas
(*) Joaquim Lisboa Neto, colunista do Jornal Brasil Popular, coordenador na Biblioteca Campesina, em Santa Maria da Vitória, Bahia; ativista político de esquerda, militante em prol da soberania nacional.
*As opiniões dos autores de artigos não refletem, necessariamente, o pensamento do Jornal Brasil Popular, sendo de total responsabilidade do próprio autor as informações, os juízos de valor e os conceitos descritos no texto.