Exatamente quando o Estado de São Paulo lidera o número de pessoas que testaram positivo para a Covid-19 e, infelizmente, o quadro de óbitos com 6.163 mortes, das mais de 23 mil em todo o País, o governo do Estado e a Prefeitura da Capital fazem um jogo de empurra e por dez anos, mantêm o Hospital Sorocabana, situado no bairro da Lapa, Zona Oeste de São Paulo, fechado e com equipamentos entulhados no local.
Os protestos e manifestações da população pela reforma e reabertura do Hospital são quase diários. Afinal, são 150 leitos que poderiam ser utilizados para o tratamento da Covid-19. A Lapa, bairro em que vivem 300 mil pessoas, aproximadamente, não tem um único hospital público.
Fugindo da questão central
Prefeito Bruno Covas e governador João Doria / Foto: GOVERNO SP
A população do Estado e da capital paulistana não viram com bons olhos a forma atabalhoada com que o governador e o prefeito da capital trataram a antecipação dos feriados de Corpus Christi, Consciência Negra e à Revolução Constitucionalista. Muitos prefeitos da Grande São Paulo também não gostaram da antecipação, porque o feriadão foi decidido sem a participação deles. O que se viu, foram as estradas que dão acesso ao litoral e ao interior do Estado abarrotadas de carros, sem que as cidades tivessem tempo para decidir o que fazer.
Por outro lado, os sindicatos dos servidores públicos há tempos protestam contra a falta de equipamentos de proteção aos funcionários de serviços essenciais. O mais recente protesto ocorreu nessa terça-feira (26), em frente à Secretária Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads), no Centro da cidade.
Além disso, os funcionários de serviços não essenciais foram obrigados a trabalhar presencialmente nos feriados antecipados, mesmo que os equipamentos públicos estivessem fechados, como os Centros de Educação Unificados (CEU), bibliotecas, centros de convivência etc.
“É contraditória a imposição”, diz o presidente do Sindicato, Sérgio Antiqueira. “O governo Covas contradiz sua própria medida e descumpre o Decreto de Situação de Emergência que estabelece a redução de circulação de pessoas”. Para o sindicalista, nem o prefeito, nem o governador estão indo ao ponto central: a proteção e a assistência às famílias em situação menos favorecidas para que possam cumprir o isolamento social.