Como é possível que Manaus, cidade com uma base desenvolvida industrial, esteja em colapso hospitalar pelo coronavírus e a pequenina Cuba, cercada pelo bloqueio criminoso dos EUA, anuncia ao mundo estar disposta a enviar mais Brigadas Médicas Solidárias para os países necessitados?
Primeiramente isso se deve à economia estatizada de Cuba, com um sistema de saúde socializado e planificado, onde a saúde não é mercadoria, e sabendo exatamente quantos médicos e enfermeiros deve formar por ano, sabendo onde colocá-los a trabalhar, e ostentando cifras de fazer inveja a países ricos. Exemplo: a mortalidade infantil em Cuba é inferior a 5 por mil nascidos, melhor que a dos EUA. Além disso, supera os EUA também no orçamento em saúde, superior a 10 por cento do PIB. O maior orçamento dos EUA é o da defesa.
Cuba já enviou brigadas médicas a 158 países do mundo, e atualmente registra 55 mil profissionais trabalhando em 67 países. Em saúde, ajuda mais os países que a própria Organização Mundial da Saúde. Com um índice de 9 médicos para cada grupo de mil habitantes, Cuba criou – com recursos próprios – a Elam (Escola Latino Americana de Medicina) para formar profissionais para outros países gratuitamente. Na Elam já se formaram, em 10 anos, mais de 10 mil médicos para toda a América Latina, para a África, para o longínquo Timor Leste e até para os EUA. Sim, nos bairros negros de Nova York, como o Bronx e o Harlem, trabalham médicos negros formados em Cuba e que se diferenciam na tremenda crise da saúde nos EUA hoje, por guiarem sua consciência profissional, pelo humanismo e pela solidariedade, além da rigorosa formação técnica cubana.
Só um presidente desqualificado e reacionário como Bolsonaro poderia tomar a nefasta decisão de enxotar os médicos cubanos que trabalhavam no Brasil, mais de 11 mil, e que agora, nesta pandemia trágica, fazem muita falta ao povo mais pobre, que nunca tinha visto um médico de carne e osso na vida, em seu bairro ou em sua própria casa.