Central Única dos Trabalhadores (CUT) Brasil também participou do ato público, realizado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo de São Francisco, na capital paulista. No ato, realizado por ocasião do Dia do Advogado, foi firmada a união de sindicatos, empresários e sociedade civil e exaltada a democracia. Durante leitura da Carta em defesa da democracia, a união de representantes da sociedade civil brasileira que exigem o respeito ao resultado das urnas eletrônicas na eleição de 2022
Com a adesão de mais de 910 mil assinaturas, a Carta em defesa da democracia, é mais do que um simples documento exaltaram as autoridades convidadas a discursar no ato.
A presidenta em exercício da CUT-SP, Telma Victor, destacou a representação do eleitorado feminino com mais de 50% da população, e a unificação desse dia histórico para o Brasil.
“Estamos unificados nesse momento histórico para o nosso país, em nome da democracia, para que ela prevaleça. Juntamos todos e todas aqui nesse espaço que, para além da democracia, é um espaço histórico de grandes transformações e oportunidades para o nosso país”, disse.
“Temos a unidade não só de trabalhadores e trabalhadoras, mas de todas as organizações sociais do nosso país. Já estamos alcançando quase um milhão de assinaturas nessa carta aos brasileiros que reflete a realidade que vivemos com a atual conjuntura de perda dos postos de trabalho; e da falta de condições de ter uma renda mínima para sustentar suas famílias”, completou.
“Pelo retorno da comida já, na mesa dos trabalhadores e das trabalhadoras e de todas as famílias nesse país”, Telma Victor
A dirigente fez questão de lembrar das vítimas da Covid-19, muitas delas poderiam ter sobrevivido se o governo tivesse agido com seriedade, rapidez e eficiência no controle da disseminação e na compra de vacinas. “Cada um e cada uma aqui presente, os companheiros e as companheiras que nos acompanham nas redes redes perdeu um ente querido e a gente sabe de quem é a culpa”, disse a presidenta em exercicio da CUT-SP.
Telma encerrou sua fala em defesa da democracia, afirmando que é preciso aceitar o resultado das urnas e que homens e mulheres, trabalhadores e trabalhadoras estão sempre na luta pela democracia.
Sérgio Nobre, presidente nacional da CUT, elogiou a participação do movimento sindical e dos dirigentes e militância cutista nos atos e manifestações. Ele destacou a fala da presidenta em exercício da CUT São Paulo, Telma Victor, representante a CUT, na leitura do manifesto e na Carta aos Brasileiros.
“A companheira Telma representou a luta da classe trabalhadora e lembrou dos mais de 680 mil brasileiros e brasileiras que perderam a vida para a Covid-19, número que poderia ser bem menor não fosse o negacionismo e boicote à vacina por parte do governo criminoso de Bolsonaro”, disse o presidente Nacional da CUT.
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Entidades e profissionais em defesa da democracia
Na abertura do ato, o reitor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, Carlos Gilberto Carlotti Junior, destacou que assinaram a carta juristas, advogados, jornalistas, engenheiros, médicos e profissionais de todos os setores da sociedade, e de todas as etnias.
“É dever das sociedades paulista e brasileira, em união, defender a democracia, a justiça e o sistema eleitoral com urnas eletrônicas. Que seja respeitada a soberania. Queremos um processo sem intimidações”, afirmou. “Quem agredi a democracia não respeita o saber”, Carlos Gilberto Carlotti Junior.
O membro da Comissão Arns e do comitê que lançou o manifesto em defesa da democracia, Oscar Vilhena Vieira, destacou que o manifesto não é partidário. “É um momento solene onde as principais entidades civis vêm celebrar seu compromisso com a democracia que está sendo questionada de maneira vil e violenta”, afirmou.
“Temos aqui os principais movimentos sociais que lutam por dignidade e direitos humanos. Dada a gravidade do momento todos foram capazes de transcender diferenças e lutas para se juntar a uma única luta que é a luta pela democracia. Estado de Direito sempre!”, Oscar Vilhena Vieira.
O representante da União Geral dos Trabalhadores (UGT) Francisco Caninde Pegado reafirmou que o país está na caminhada rumo à democracia plena.
“Nossa caminhada não pode ser interrompida por ninguém até que odos os brasileiros tenham educação, saúde, alimentação, moradia, trabalho digno e bem estar social como apregoa a Constituição brasileira”, disse.
Para Pegado, a carta em defesa do estado democrático de direito é plural porque não define classe social, gênero, partido político, e não tem religião, assim como é plural a nossa Nação laica.
“Este documento institucional não é um bilhete, nem uma cartinha como alguém insinua. Respeitem a carta, que é uma peça e artilharia de longo alcance e vamos usá-la como encouraçado pelo qual vamos lutar contra tudo e contra todos pra garantir o estado de direito sempre”, disse se referindo ao presidente Bolsonaro que chamou o documento de “cartinha”.
Já Miguel Torres, representante da Força Sindical, afirmou que não será admitido esse retrocesso e que a união de todos os setores da sociedade civil é fundamental para defender a democracia.
“Temos de defender a unidade, e aqui se respira a liberdade, a luta, a resistência, a democracia. Por isso, não é um ato simbólico, é um ato concreto em defesa da nossa democracia”, afirmou.
Antes de encerrar seu discurso, Pegado pediu para que as pessoas presentes votassem, como numa assembleia de trabalhadores, o comprometimento, de preservar a democracia a todo custo e foi prontamente atendido, com um grande sim.
Frentes também se uniram ao ato em defesa da democracia
O coordenador Nacional da Frente Brasil Popular, Raimundo Bonfim, destacou que a democracia nunca esteve tão ameaçada e atacada como agora e em função disso a Central de Movimentos Populares se une em torno desse movimento.
“Entendemos que pelo regime democrático superaremos a desigualdade social. A democracia é um farol e um alicerce por lutarmos por trabalho, renda, saúde, educação e moradia”, disse.
“Nesta data vamos manter a democracia e impedir a volta da ditadura no país. Saudamos essa grande unidade em defesa das eleições livres, da soberania do voto; ditadura nunca mais, respeito”, afirma Raimundo Bonfim.
No encerramento, o diretor da USP, Celso Campilongo, ressaltou que o ato em defesa da democracia é de tranquilidade, serenidade e ao mesmo tempo uma festa. “Nesta data vamos manter a democracia e impedir a volta da ditadura no país. Saudamos essa grande unidade em defesa das eleições livres, da soberania do voto; ditadura nunca mais, respeito”, disse Celso Campilongo
Também discursaram em defesa da democracia e o respeito ao resultado das urnas eletrônicas em outubro, a advogada Beatriz Lourenço do Nascimento, coordenadora da Uneafro Brasil e membro da Coalizão Negra por Direitos; o empresário Horácio Lafer Piva, da Klabin; a socióloga Neca Setúbal; a presidente da OAB, secção São Paulo, Patrícia Vanzolini e o ex-ministro da Justiça, José Carlos Dias, atual presidente da Comissão Arns.
Fora Bolsonaro
A “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de direito” foi lida em partes por Eunice de Jesus Prudente, Maria Paula Dallari Bucci e Ana Elisa Liberatore Bechara, professoras da Faculdade de Direito da USP, e pelo jurista Flavio Flores da Cunha Bierrenbach, ex-ministro do Superior Tribunal Militar (STM).
Após a leitura da carta no Pátio das Arcadas no lado externo da Faculdade do Largo São Francisco, mesmo local onde foi lida a “Carta ao Brasileiros”, em 1977, os presentes gritaram “Fora Bolsonaro”, em repúdio aos ataques do presidente da República contra a lisura do processo eleitoral.
Atos nas ruas
A parte da tarde será marcada por atos em defesa da democracia e das eleições em quase todas as capitais do país. Veja onde já tem ato marcado e participe: Confira no link abaixo.
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