Grupo palestino busca acordo e está pronto para uma troca de prisioneiros que inclua libertar todos reféns israelenses
Uma delegação do Hamas chegou ao Egito nesta sexta-feira (07/03) para tentar avançar nos esforços para prolongar o cessar-fogo em Gaza. Seu objetivo é dar início à negociação da segunda fase do acordo, segundo informou a emissora catari Al Jazeera.
De acordo com o grupo palestino, o objetivo do Hamas é exigir que o governo de Israel “implemente o acordo, inicie as negociações para a segunda fase e abra as passagens de fronteira para a entrada da ajuda humanitária em Gaza”.
Ainda segundo um alto funcionário do movimento palestino, o grupo está pronto para uma nova troca de prisioneiros que inclua libertar todos os reféns israelenses, incluindo aqueles com nacionalidade norte-americana.
Mas ressaltou que as demandas do Hamas para a segunda fase incluem a retirada completa das forças israelenses de Gaza, o fim do bloqueio e apoio financeiro para a reconstrução do território com base no plano elaborado na cúpula árabe desta semana no Cairo.
A proposta da cúpula árabe é que a reconstrução seja feita com a presença e participação dos moradores de Gaza, com geração de emprego e renda para eles.
Gaza sem ajuda
Enquanto isso, a situação em Gaza se agrava após seis dias de interrupção da entrada de suprimentos básicos.
Muitos produtos que estavam disponíveis em Gaza nas últimas semanas estão já inacessíveis ou disponíveis em pequenas quantidades. Segundo reportagem da Al Jazeera, na Cidade de Gaza a oferta é claramente insuficiente para as grandes necessidades criadas pelos longos meses de destruição e fome.
Além dos alimentos que começam a faltar, há escassez de suprimentos médicos essenciais nos hospitais, água potável e combustíveis.
E o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse que está considerando cortar a eletricidade para aumentar a pressão sobre o Hamas para a libertação dos reféns.
A organização não governamental Human Righs Watch disse que o bloqueio é uma “flagrante violação do direito internacional humanitário”.
Trump congelou milhões em ajuda a Gaza
Ao mesmo tempo, o congelamento das ajudas internacionais pelo presidente norte-americano Donald Trump ameaça paralisar as organizações que prestam ajuda a Gaza.
A interrupção da ajuda humanitária ameaça inviabilizar o frágil cessar-fogo em Gaza. “Os Estados Unidos estabeleceram compromissos muito específicos e concretos para a entrega de ajuda durante o cessar-fogo e não há como cumpri-los enquanto o financiamento continuar em vigor”, disse Jeremy Konyndyk, presidente da Refugees International e ex-funcionário da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID, da sigla em inglês).
Antes de Trump assumir a Presidência, a USAID contava com cerca de US$ 446 milhões para distribuir em 2025 à instituições de ajuda que atuam em Gaza.
Diversas das maiores fornecedoras de ajuda humanitária no enclave receberam cartas rescindindo seus contratos com a agência.