A classe trabalhadora nestas últimas décadas tem construído uma nova forma de organização econômico-social um novo desenvolvimento humano que prioriza a vida e não o lucro, onde o homens e mulheres são valorizados como ser humano e não mais como uma simples e mera mercadoria a disposição daqueles que comandam o atual ciclo vicioso do capitalismo globalizado neoliberal que traz nos seus genes a crescente exploração do trabalho humano, a destruição do equilíbrio moral e ecológico em nome do assim “desenvolvimento” e a crescente e constante concentração de riqueza e renda nas mãos de uma pequena parcela da população ou seja os que detém o poder de riqueza.
A Economia Solidária tem como princípio a autogestão, a solidariedade, o reconhecimento e valorização dos saberes tradicional. É uma estratégia de Desenvolvimento Sustentável e Solidário e propõe ações urgentes para garantir as condições de vida no planeta, sem degradar o meio ambiente e respeitando o ciclo completo da natureza.
É consenso no movimento de Economia Solidária que ela é um contraponto ao Capitalismo. É uma forma diferente de organizar o trabalho, onde não temos patrão nem empregado, o trabalho é coletivo e autogestionário e a principal preocupação é com as pessoas, com a vida, com o meio ambiente e não com os lucros. Com isso, entendemos que é fundamental fazer valer a igualdade de direitos entre homens e mulheres, respeitando a diversidade de raça, orientação sexual, gerações, pessoas em situação de vulnerabilidade, egressos do sistema prisional, portadores de transtornos mentais, dependentes químicos, comunidades estrangeiras e garantir a defesa dos direitos sociais, políticos e econômicos destas pessoas.
O movimento de Economia Solidária propõe trabalhar e viver nos princípios da autogestão, da democracia e da solidariedade, construindo uma nova cultura política, repartindo resultados, organizando empreendimentos econômicos solidários, redes e cadeias de produção, comercialização e consumo, bancos comunitários, fundos rotativos solidários, clubes de troca, centrais e pontos fixos de comercialização, feiras de produtos e serviços, processos educativos baseados na pedagogia da autogestão, entre tantas outras coisas.
Economia solidária no Tocantins
O Tocantins no ano de 2003 também entrou na discussão da economia solidária justamente para fortalecer o conjunto de entidades e empreendimentos econômico solidários já existentes no estado.
Dessa forma cria o Fórum Tocantinense de Economia Solidária se constituindo numa rede local de apoio aos empreendimentos que já existiam e aqueles que desejavam se constituir com base nos princípios da economia Solidária – prática que tem se firmado como processo de organização social dos trabalhadores na geração de trabalho e renda e na inclusão social, no estado do Tocantins.
O Fórum Tocantinense é formado por representantes de entidade, de empreendimentos e do poder público.
Sendo composto por representantes de entidade de fomento à economia solidária, universidades, ONGS, governo municipal, estadual, e federal, sindicatos, movimentos sociais e outras organizações da Sociedade Civil.
E tem a seguinte finalidade:
- Oferecer informações aos grupos de pessoas interessadas em saber sobre cooperativas, associações populares, empresas de autogestão, grupos familiares;
- Proporcionar a troca de experiências e ajuda mútua entre os participantes dos empreendimentos de economia solidária;
- Organizar e executar ações para o fortalecimento da economia solidária no estado, tendo em vista o desenvolvimento sustentável;
- Promover a melhoria da qualificação profissional dos sócio trabalhadores de cooperativas, associações e de empresas de autogestão;
- Organizar e apoiar iniciativas comunitárias de geração de trabalho e renda;
- Divulgar os princípios e plataforma de Economia Solidária;
- Assessorar Fóruns Municipais, regionais e redes de economia solidária.
Neste sentido, o Fórum realiza as plenárias estaduais e regionais, que são os espaços deliberativos das decisões e encaminhamentos das ações da Economia solidaria no estado do Tocantins. Faz a convergência com a sociobiodiversidade, agroecologia e agricultura familiar.
O Conselho estadual de Economia Solidária do Tocantins é um importante instrumento dos trabalhadores da Economia Solidária, tem como objetivo firmar a Economia Solidária como política pública no estado, além de promover articulações entre secretarias, instituições e sujeitos que fortaleçam a política.
São umas de suas atribuições: monitorar e avaliar os programas de fomento aos empreendimentos de Economia Popular Solidária desenvolvidos pelos órgãos e entidades públicos do Estado e definir mecanismos para facilitar o acesso dos empreendimentos aos serviços públicos estaduais.
Os principais setores que a ECOSOL atua no Estado do Tocantins são: Agricultura Familiar; Artesanato; Reciclagem; Prestação de Serviços; Cultura; e Corte Costura. As principais atividades do Tocantins: Realização das plenárias estaduais geralmente 4 por ano em diferentes regiões do estado, com encaminhamentos das demandas regionais, realização de Feiras de comercialização solidária, participação em Feiras regionais, Nacionais e internacionais, apoio, orientação e formação aos empreendimento e gestores da política em Economia Solidaria.
Luciana Pereira de Souza é especialista em Gestão Pública e Sociedade com ênfase em Economia Solidária Pela UFT