No momento em que este editorial é escrito, o Brasil já conta com mais de 60 mil mortos por Covid19, sem que no horizonte se perceba, claramente, quando esta mortandade cessará, nem quando o governo Bolsonaro mudará sua atitude irresponsável, beirando o genocídio, de evitar tratar a Pandemia como fato grave e, diante disso, resolva buscar apoio a países que enfrentaram-na de modo mais eficiente, reduzindo mortes. Nos referimos a China, Rússia e Cuba.
Não minimizando as enormes dificuldades políticas para calcular que um governo reacionário como o de Bolsonaro possa pedir ajuda a países como os citados, por divergências exclusivamente políticas, lembramos que a pressão da tragédia, os milhares de mortes, foi o que também levou outros governos, igualmente reacionários, a buscar ajuda internacional para salvar vidas.
É o caso do governo de direita da Itália, que pediu e recebeu, decisiva ajuda da Rússia, da China e de Cuba, controlando a pandemia e salvando vidas, que é o que importa, mais que esgrimir diferenças ideológicas. Esse comportamento também se verificou na Inglaterra, onde o ultraconservador Boris Jhonson, hostil a China e Rússia, se viu na obrigação de solicitar ajuda a eles e, agora, declara que a economia britânica precisa de forte intervenção estatal, muito embora seja, ele próprio, um campeão da privataria e do neoliberalismo selvagem. Igualmente, a Alemanha, que já bancou sanções econômicas e políticas contra o Irã, se viu na obrigação de solicitar ao país persa o envio de medicamentos e equipamentos, de fabricação própria, para reduzir a perda de vidas entre alemães.
Por tudo isto, e como é notável que a pandemia encontra um governo que está desnorteado, que caminha às cegas e que não reconhece o seu perigo mortal, é urgente que a sociedade, por meio de suas entidades pulsantes, a ABI, OAB, CNBB, CUT, os movimentos sociais, a UNE, levantem a necessidade de que o Brasil solicite ajuda internacional para parar o quanto antes esta matança, caso contrário, sem medidas enérgicas e adequadas, não será absurdo calcular que teremos mais que um Maracanã cheio de cidadãos sem vida.
É urgente!