
Era por volta de 8h da manhã desta terça-feira (10), quando Fabiano e Silva Leitão, o TromPetista, e mais dois colegas, chegaram à Esplanada dos Ministérios. O intuito era protestar contra o comboio de tanques militares da Marinha, que passava em frente à Praça dos Três poderes, para intimidar a Câmara dos Deputados, que pode votar, nesta terça-feira (10), a PEC que institui o voto impresso, e o Supremo Tribunal Federal (STF), que já julgou inconstitucional a medida.

Por volta de 8h30, quando os tanques se aproximaram do Palácio do Planalto, Fabiano se colocou em frente a um dos tanques, tocando o seu trompete, e bloqueando a passagem, num ato parecido com o do estudante chinês que desafiou tanques de guerra na Praça da Paz Celestial.

Mas ao contrário do que aconteceu em Pequim, 1989, Fabiano e seus colegas foram imobilizados pela Polícia Militar do DF com gás de pimenta. Ele foi levado à 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte, onde assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), documento em que se compromete a comparecer à delegacia para prestar esclarecimentos. Em seguida foi liberado.

“A prisão foi por resistência, não foi desacato. Não é do meu feitio desacatar ninguém. Foi apenas um ato de resistência contra essa ditadura que estão querendo instaurar no Brasil. Fizemos isso porque queremos de volta a democracia”, disse Fabiano.
Durante a imobilização da PM, o trompete de Fabiano foi danificado. Ele também teve arranhões no rosto e no joelho. “Como ainda não cheguei em casa e o trompete está com gás de pimenta, não consegui soprar pra ver se está funcionando”, acrescentou.

Pela Internet, um grupo de militantes pela democracia se mobilizou numa vaquinha virtual para comprar outro trompete novo para Fabiano. Em mensagem divulgada em grupos de whatsapp, informaram que em poucas horas de arrecadação conseguiram recursos para a compra de um novo instrumento.

Ainda pela manhã, um grupo de parlamentares desceu a rampa do Congresso Nacional com cartazes pedindo democracia e o impeachment de Bolsonaro.
