País asiático promove debate inédito com latinos e caribenhos no Rio, nesta terça-feira (10/09); para Zhu Yuanqing, trata-se de plataforma para entidades terem ‘suas vozes ouvidas’
As experiências semelhantes compartilhadas entre China e os países da América Latina e do Caribe em matéria de direitos humanos é um dos pontos cruciais que marcam a inédita mesa redonda sobre o tema realizada nesta terça-feira (10/09), na cidade do Rio de Janeiro, promovida pela Sociedade Chinesa de Estudos de Direitos Humanos (CSHRS) e por instituições educacionais chinesas e latinas, comoa Universidade de Ciência Política e Direito do Sudoeste da China (SWUPL) e a Universidade Federal Fluminense (UFF), do Rio de Janeiro.
“Colocamos os direitos humanos como tópico para este evento porque nós enfrentamos desafios parecidos. Por exemplo, a necesidade de acabar com a pobreza. Durante a última década, a China tirou mais de 770 milhões de pessoas da pobreza, o que é uma grande conquista tanto para a história do país como também para a agenda global”, contou Zhu Yuanqing, vice-diretor do Instituto de Direitos Humanos da SWUPL.
Segundo Zhu, o objetivo dos chineses que participam do evento é “compartilhar algumas experiências e aprender lições com os Estados latino-americanos e caribenhos”.
A Opera Mundi, o acadêmico chinês ressaltou que não existe somente uma única maneira de tratar dos direitos humanos. Segundo ele, cada nação, levando em consideração a sua particularidade, deve ter uma abordagem adequada referente ao contexto histórico, sistema político e tradições culturais.
Questionado se o evento seria possivelmente uma forma de a China tentar tirar dos Estados Unidos o protagonismo do debate mundial sobre direitos humanos, o representante chinês respondeu com um velho ditado asiático: “se algo bom acontecer comigo, vou compartilhá-lo com o próximo.”
“A China é um país entre tantos outros, e ela segue seu princípio diplomático. Nossos conceitos não se impõem uns aos outros. Isso faz parte da nossa tradição. A China tem o seu jeito de compreensão. Não se trata de um papel de liderança ou para ser o líder global, nem mesmo uma espécie de força que desafie o Ocidente ou os Estados Unidos”, afirmou, reconhecendo que “é razoável” de se fazer essa pergunta.
A mesa, que acontece no Windsor Barra Hotel, conta com a participação de 120 países, incluindo instituições educacionais como a Universidade da China (RUC), a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Sociedade Chinesa de Estudos de Direitos Humanos (CSHRS), além de organizações sem fins lucrativos. O tema específico para o debate é a “A Diversidade da Civilização e a Escolha do Caminho para a Realização dos Direitos Humanos”.
Além de celebrar conjuntamente o 50º aniversário de relações diplomáticas entre a China e o Brasil com o 10º aniversário do Fórum China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), o encontro tem como objetivo ser “uma plataforma para as entidades terem suas vozes ouvidas e opiniões disseminadas a outros continentes”.
“[Direitos humanos] é um termo diversificado. Você também deve ter um conceito para os direitos humanos. Hoje vamos tentar promover o conceito de direitos humanos na perspectiva chinesa, de uma forma um pouco diferente”, disse Yuanqing.