A proposta de retorno às aulas a partir de 31 de agosto, apresentada pelo governador Eduardo Leite (PSDB) à Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (FAMURS), nesta terça-feira, 11, provoca manifestações de entidades representativas. A retomada seria por etapas, começando pela educação infantil, somente nas regiões consideradas de médio e baixo risco para a Covid-19, naquelas classificadas nas cores amarela e laranja no modelo de distanciamento controlado.
Até outubro, pelo escalonamento, estudantes de todos os níveis estariam de volta às escolas. Consulta feita pelo governo estadual em mais de 700 entidades de 441 municípios gaúchos aponta que a educação infantil deveria ser a última a retornar. Em primeiro lugar, isto deveria ocorrer com o ensino superior. O debate fica mais acalorado justamente no momento em que as contaminações por Covid-19 passem dos mais de 80 mil casos no Rio Grande do Sul.
Segundo o presidente da FAMURS, Maneco Hassen (PT), prefeito de Taquari, a proposta é “apressada”. E não demonstrou preocupação com os municípios, deixando vago elementos que possam auxiliar os gestores na tomada de decisão. Também é preciso acompanhar o regramento dos protocolos mínimos nas escolas. Além de itens como transporte escolar e a impossibilidade de contratação em período eleitoral.
Perplexidade, foi o termo usado pela presidente do CPERS-Sindicato, Helenir Aguiar Schurer, “as escolas públicas estaduais não têm funcionários suficientes, e as que têm, muitos são de grupos de risco, quanto dirá equipes para higienização das escolas. Seremos resistência em defesa da vida. Escola fechada, é vida preservada”.
O Comitê Estadual Popular de Acompanhamento da Crise Educacional no Rio Grande do Sul também em nota afirma “que a proposta vai na contramão das informações divulgadas no dia 30 de julho, pelo próprio governo gaúcho e dos resultados de uma consulta feita com entidades da educação sobre a retomada do ensino presencial no estado.
O Sindicato do Ensino Privado (SINEPE/RS) defende o retorno do ensino presencial. “Saudamos a possibilidade aventada pelo governo da volta às aulas ainda no mês de agosto, o que acreditamos ser uma medida correta”, a manifestação foi registrada por meio de nota. A entidade destaca que as escolas privadas estão prontas para receberem os alunos.
Reunião da FAMURS para avaliar proposta do governo gaúcho de retorno às aulas a partir de 31 de agosto
Foto: FAMURS/Divulgação