Segundo IBGE, 160 mil pessoas vivem em casas improvisadas com lona e papelão, enquanto 11,4 milhões de imóveis encontram-se desocupados, servindo aos grandes especuladores imobiliários.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de 2022, 160 mil pessoas vivem em “moradias” improvisadas, como com papelão ou lona. Enquanto isso, de acordo com informações da mesma fonte, o número de imóveis vazios no país é de 11,4 milhões. Ou seja, todas as pessoas que hoje vivem em locais improvisados com plástico ou tecido, em estabelecimentos comerciais ou em prédios degradados, poderiam estar devidamente alocadas em moradias estruturadas e com saneamento básico. Não só estas pessoas, mas também as 230 mil pessoas em situação de rua.
Essa situação escancara a irracionalidade capitalista que mantém milhões de imóveis em desuso em nome da especulação imobiliária, ao mesmo tempo em que empurra milhares de pessoas a condições extremamente precárias de moradia e de vida.
É reflexo também da degradação das condições de vida da classe trabalhadora que têm se agravado com a ofensiva neoliberal da burguesia com as reformas trabalhistas, da previdência e com a Lei da terceirização irrestrita, mantidas pelo governo federal Lula-Alckmin, herdadas do golpe de 2016. São também atreladas aos cortes na educação e na saúde passados pela direita, como Tarcísio de Freitas que cortou 10 milhões da educação em São Paulo. A tônica é pensar quais são os novos cortes a se fazer em nome do pagamento da dívida pública, com o Arcabouço Fiscal. Esse cenário político e econômico empurra a classe trabalhadora, sobretudo os negros, as mulheres e as lgbt’s ao desemprego e à informalidade, com salários rebaixados que muitas vezes são insuficientes para garantir um aluguel especulado.
É preciso expropriar os imóveis que se encontram parados nas mãos dos capitalistas, sem uso, que fazem isso justamente para aumentar seus preços, através de uma reforma urbana radical, para que todes tenham direito à moradia digna. Só os trabalhadores, em aliança com os setores oprimidos, a juventude e os movimentos por moradia, podem arrancar este direito elementar e a nacionalização de todos os recursos naturais.