O Presidente americano Joe Biden chega dando o ar de escancarada sovina para debater a questão climática, o assunto mais importante no G20.
A promessa americana era de colocar 500 milhões de dólares na Amazônia.
Seria uma injeção satisfatória de recursos para ser compatível com o discurso do partido democrata americano comprometido com as mudanças climáticas.
O fortalecimento da Amazônia contribuiria decisivamente para essa pretensão.
Mas eis que Biden vai desembolsar não os 500 milhões de dólares prometidos, mas, apenas, 50 milhões, 1/10.
Merreca.
Se fosse para a guerra genocida de Netanyahu contra os palestinos, certamente, não faltaria dinheiro.
Washington despeja bilhões e bilhões em armas para a destruição palestina em Gaza.
Esse assunto, esse contraste, essa contradição essencial, vai ser discutida no G20 e fará parte do comunicado oficial final do 20, marcando um fato político internacional?
Nada mais anti-climático do que a destruição patrocinada pela guerra, destruindo o meio ambiente.
O compromisso americano, como Biden demonstra, não é com aquilo que o G20 está discutindo, no sentido de engajar a humanidade na política de preservação do planeta.
Se fosse verdade, não haveria tal redução de recursos por parte do país mais rico do mundo, que vende, da boca para fora, o falso discurso do equilíbrio ambiental.
BIDEN ANTECIPA TRUMP NO G20
O novo presidente americano já está tendo o seu discurso vocalizado no G20 por meio do discurso do presidente que perdeu a eleição para ele.
Biden se comporta como Trump quando volta atrás na defesa de mais recursos para o meio ambiente quando propõe apenas um décimo do total que se esperava e se cogitava da parte dos Estados Unidos.
Na reunião do G20, o que se observa é a negação americana de um compromisso com a preservação da biodiversidade na maior reserva ambiental do mundo que é a Amazônia, alvo do interesse global.
O compromisso de Washington, portanto, é com a destruição, não com a preservação ambiental.
O discurso de Lula no G20, de alardear e alarmar os perigos relativos ao meio ambiente por falta de recursos para a transformação urbana, por meio de financiamentos, é a prova do distanciamento do império americano relativamente ao cerne da nova agenda internacional ambiental.
O gesto de miserabilidade financeira de Biden antecipa o discurso de Trump que sinaliza negacionismo imperialista diante da questão climática.
A prioridade americana, como vai se configurando na conformação do novo governo americano, é a de manter a instabilidade ambiental diante da preferência de Trump pela exploração das fontes fósseis de energia cujas consequências são aumento da poluição ambiental global.
O império, com os Estados Unidos fugindo dos compromissos ambientais, que, como potência internacional, deveria assumir, contribui para o desequilíbrio do meio ambiente e da instabilidade ecológica global, em contraste com a expectativa mundial.
Biden enterra a agenda G20.
(*) Por César Fonseca, jornalista, atua no programa Tecendo o Amanhã, da TV Comunitária do Rio, é conselheiro da TVCOMDF e edita o site Independência Sul Americana.
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