Vitória de Trump mais uma vez derrubou mídia e pesquisas e traz de volta a frase: é a economia, estúpido
Extrema pretensão da mídia pretender fazer análises históricas de um fato que acabou de acontecer e só será devidamente avaliado no futuro. Mas não custa tentar entender o que levou à acachapante vitória de Donald Trump nos EUA e quais recados deixa para Lula no Brasil. A economia, estúpido, influenciou decisivamente?
Poucos dirão que não. Os números oficiais da economia ao final do governo democrata são bons: próxima do pleno emprego, inflação em queda, PIB em alta. Mas esses dados escondem a realidade de salários baixos, preços elevados (a inflação reduziu o ritmo, mas os preços não caíram) e um suposto crescimento econômico que beneficia uma parcela mínima dos estadunidenses.
Outros fatores, claro, influenciaram: a questão da imigração (que está relacionada à economia e baixos salários), a guerra na Ucrânia e o massacre dos palestinos.
E como está o Brasil? O quadro econômico é semelhante: desemprego em queda, economia em alta, inflação sob controle. Esse quadro não reflete a realidade de um crescimento econômico excludente que, junto às mudanças políticas e sociais da última década, deixa o cidadão desiludido.
A receita que o “mercado” quer impor ao governo só acelera o desgaste. Basicamente, batem na tecla da necessidade de equilíbrio das contas públicas, cortando não no principal gasto da União – os juros da dívida – mas na educação, saúde e previdência. Receita perfeita para mandar Lula para casa.
Sem emprego
Na próxima década, 1,2 bilhão de jovens em países em desenvolvimento entrarão no mercado de trabalho, mas apenas 420 milhões de empregos serão criados, deixando 800 milhões sem oportunidades, disse o presidente do Grupo Banco Mundial, Ajay Banga, que defendeu que geração de emprego não como subproduto dos projetos apoiados pela instituição, mas como centro dos projetos.
Brasileiros no exterior
A Coris, empresa de assistência e seguro viagem, registrou um aumento de 13% na procura por seguros no último trimestre, impulsionado pelo período de festas e férias de fim de ano.