A ação nas redes da FUP e de seus sindicatos também ocorre em protesto pela morte de Angélica Rodrigues, de 26 anos, que sofreu graves queimaduras ao se ver obrigada a cozinhar com álcool por conta do alto preço do botijão de gás. Ela teve 85% do corpo queimado e não resistiu aos ferimentos.
“Mais uma vez, por causa da política de preços da Petrobrás, uma pessoa morre ao utilizar álcool para cozinhar. Os reajustes que a gestão da Petrobrás vem aplicando não só no gás de cozinha, mas também no óleo diesel e na gasolina, estão atingindo a população de forma dramática”, lamentou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar. Ele lembra que a morte de Agélica não foi um caso isolado: “Já tivemos muitos outros casos de acidentes causados pelo mesmo motivo foram noticiados porque as pessoas não conseguem pagar R$ 115 em média por um botijão de gás de 13 kg”.
Para pressionar a gestão da Petrobrás e o governo Bolsonaro, que responde pelo controle acionário da empresa, a FUP e seus sindicatos estão engajados em diversas ações de solidariedade e de diálogo com a sociedade, como a venda subsidiada de botijão de gás a preços justos e campanhas nas redes sociais contra a dolarização dos combustíveis. O objetivo é enfatizar a urgência de uma nova política de preços que não seja baseada na paridade de importação (PPI) e sim nos custos nacionais de produção. “Só assim, os combustíveis e o GLP serão comercializados a um preço acessível para o povo”, afirma Deyvid Bacelar.
Desde a implantação do Preço de Paridade de Importação (PPI) no governo Temer, em outubro de 2016, o gás de cozinha subiu 349,3%. “As famílias acabam tendo que escolher entre comprar a comida ou o botijão”.
Apesar de a Petrobrás ter anunciado na última semana a baixa de 5,58% no preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), esta redução ainda não foi sentida pelo consumidor. Só em março, o quilo do GLP subiu 16% nas refinarias.
Além do alto custo do GLP, o preço dos combustíveis no Brasil é uma das principais fontes de pressão inflacionária. Os aumentos nas refinarias repercutem nos postos de revenda, ou seja, no bolso do consumidor final. De janeiro de 2019 até hoje, a gasolina subiu 155,8%, o diesel 143,2% e o gás de cozinha, 132,2%, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A FUP e seus sindicatos convocam a categoria petroleira a fortalecer nas redes a campanha “Vamos abrasileirar o combustível”. Compartilhe os posts da FUP e dos sindicatos e se engaje nessa campanha, afinal a Petrobrás é Real.
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