Meus amigos, meus inimigos! A bola voltou a rolar no Brasil. O campeonato carioca deu o ar da graça. A chamada Rodada da re-volta teve boa média de gols, hat trick, zebraça e técnico já sob pressão.
Com média acima dos três gols por partida, as redes puderam saciar-se e abraçar a bola novamente. Destaque para o Fogão, que não teve dó nem piedade da Cabofriense, e enfiou um sonoro 6 a 2. A base, especialmente com o promissor Vinícius, traz a esperança do retorno de dias gloriosos à Estrela Solitária.
O Vascão recebeu o Macaé e brilhou a estrela do atacante argentino Germán Cano. Com a mira calibrada mesmo após 105 dias de paralisação, o artilheiro fez seu primeiro hat trick e deu a vitória ao cruzmaltino por 3 a 1.
Quanto ao Tricolor das Laranjeiras, ah, meus amigos, a coisa ficou feia. A volta foi bem quadrada na reestreia de Fred. Sem ritmo de jogo, pouco produziu. Sacado no intervalo, quando sua equipe já perdia por 1 a 0, em falha clamorosa do goleiro Muriel aos 5 minutos de jogo, viu o Voltaço deitar e rolar sobre um time perdido e sem quaisquer brios.
Ganso vai cumprindo nossa constatação desde que deixou a Vila Famosa de Santos – em algum lugar perdeu seu futebol. Irrecuperável! A falta de transição rápida com jogadores de velocidade causava sonolência ao meio campo tricolor – e aos telespectadores em casa. Com a justa expulsão de Egídio aos 15, a tragédia já se construía. O técnico Odair Hellmann certamente não pôde dormir. Uma noite para esquecer. Ou talvez para lembrar.
O resto foi desorganização. Zaga frágil e perdida, meio campo lento e ataque inexpressivo. O Volta Redonda não tinha nada a ver com isso e fez o placar: 3 a 0. O Flu complica – e muito – seu projeto. Com o tropeço, entrega de bandeja ao Flamengo a chance de ser campeão carioca já na Taça Rio – ou seja, o Mengão pode estar a três partidas de gritar é Campeão! De novo! Alguma novidade? A próxima rodada promete. É acompanhar para ver.
Na Europa, a lógica se mantém. O Liverpool confirmou seu 19º título inglês – o primeiro da era Premier League. Uma longa espera de 30 anos – que veio com pompa e circunstância. Que campanha arrasadora! Atropelou a tudo e a todos. O técnico Jurgen Klopp já é mais famoso que Jesus Cristo. Na terra dos Beatles!
Na Espanha, meus amigos, a disputa vai se encaminhando. O pressionado Barcelona se complica – para desespero do criticado técnico Quique Setién. Se a coisa no vestiário já não estava tão tranquila, agora piora de vez. Com o empate diante do Celta e a vitória do Real Madrid, o time da capital abre dois pontos de vantagem.
E o próximo confronto do time culé será uma verdadeira batalha contra o Atlético de Madrid, de Simeone – especialista em segurar super times afoitos e inseguros, como o atual Barcelona. Nem a genialidade de Messi parece dar jeito. A demissão de Setién faz-se certa. Afinal, em Tierras del Rey, ser vice campeão é nada ter para comemorar – se o campeão for o arquirrival!
A verdade é que estamos, possivelmente, vendo o pior Barcelona dos últimos dez anos. Sem pegada, sem vibração, sem alma, sem conjunto. E o pior ainda está por vir. O super Messi começa a sentir o peso da idade e nenhum projeto à altura se apresentou até agora para suprir a maior carência da história do futebol catalão.
Neymar, Coutinho, Arthur – a lista de tentativas de manter um time competitivo é longa – fora os estrangeiros. O horizonte se mostra nublado lá pelas bandas da Catalunha… O tempo é inimigo. E conformismo é tudo o que não se precisa nesta hora. Quem viver verá, meus amigos.