Preocupado com a situação por que passa grande parte da população de Brazlândia, desde o surgimento da pandemia do coronavírus (Covid-19), o presidente do diretório zonal do Partido dos Trabalhadores na cidade, Ronaldo Rocha da Silva, alerta o Governo do Distrito Federal (GDF) que se prepare para acolher, na pós-pandemia, a parcela mais vulnerável da população do DF e do Entorno, que tem sido duramente atingida pelos impactos sociais e econômicos da crise.
“_O GDF precisa se preparar, urgentemente, para a volta à normalidade da vida, adotando desde já, uma política emergencial de geração de emprego e renda, com possíveis frentes de trabalho, para acolher às pessoas que estão sem as mínimas condições de sobrevivência”, sugere Ronaldo, morador da cidade há 30 anos, que conversa com as pessoas cotidianamente e ouve reclamações.
Ele destaca que, em Brazlândia, cidade localizada a 50 quilômetros do centro da capital federal, e que se destaca no Centro-Oeste, por sua atividade agrícola, especialmente, a produção de morango, os impactos da pandemia são fortemente sentidos na economia e na vida da população, especialmente, as trabalhadoras e trabalhadores, que estão perdendo seu emprego.
Um exemplo de segmento diretamente afetado pela pandemia, são 32 famílias da Arcobras, cooperativa de coleta seletiva, com atuação em Brazlândia, que parou suas atividades logo no início da pandemia, piorando o cenário econômico da cidade.
“Com a paralisação dessa atividade econômica, uma das primeiras a serem impactadas pela pandemia, as famílias que vivem da coleta seletiva, ficaram sem fonte de renda”, diz o dirigente petista. De acordo com seu relato, para tentar reduzir o sofrimento destas famílias, foi construída na cidade, com a participação de membros do PT, uma campanha Rede Solidariedade, que, durante a pandemia, está coletando cestas básicas e doando às famílias da cooperativa.
A preocupação de Ronaldo é compartilhada por Claudinei Pimentel da Rocha, outro dirigente da zonal do PT de Brazlândia, que destaca a precária situação dos trabalhadores, sem a retomada da coleta seletiva. “Trata-se de um grupo muito carente de pessoas, que mesmo em atividade normal da coleta seletiva, já enfrentava dificuldades financeiras, e que, agora, sem essa única fonte de renda, estão sem condições mínimas de sobrevivência”, afirma.
Para Claudinei, a pandemia, que o mundo, o Brasil e o DF enfrentam, há quase 4 meses, se reflete na economia de Brazlândia, com sérias consequências. “Essa pandemia tem impactado muito a vida dos moradores desta cidade, inserida entre aquelas que possuem menor renda per capta no DF, e que, na opinião de especialistas econômicos, são as mais afetadas com essa crise mundial”, analisa Claudinei.
Para ele, essa condição – de menor renda per capta – de Brazlândia gera a perda de renda das famílias, que trabalham em empresas, que prestam serviços fora de Brazlândia, bem como das pessoas que tiveram o contrato suspenso ou que sofreram redução de salário. Claudinei se refere também, ao fato de Brazlândia ser uma cidade onde a maioria das pessoas trabalha fora, ou seja, em grandes centros comerciais tais como Plano Piloto, Taguatinga e Ceilândia.
Em sua avaliação, Claudinei aponta, ainda, os autônomos e o Micro Empreendedor Individual (MEI) como trabalhadores que foram outra parcela considerável dos moradores da cidade que também sofreram com o fechamento de boa parte das atividades econômicas e de órgãos públicos. “Todo esse estado de coisas, acarretou a diminuição da circulação de pessoas na cidade, consequentemente, a circulação dos recursos”, diz.
Claudinei acentua, ainda, outra espécie de círculo vicioso inevitável, causado pelo impacto da pandemia na área econômica. “Afetadas pela crise da Covid-19, as pessoas passaram a buscar meios para sobreviver, e isso foi causando desrespeito ao isolamento social e aos cuidados sanitários; o que, por sua vez, vem repercutindo, também, no aumento de casos de mais pessoas infectadas e mortas”, preocupa-se.
Como forma de amenizar o sofrimento da população da população do DF e do Entorno, Ronaldo e Claudinei cobram do GDF que garanta a todas as pessoas, que perderam renda e que estão em estado de vulnerabilidade social, acesso imediata ao auxílio emergencial. Cobram, também, que as pequenas e microempresas tenham acesso a crédito fácil e com juros reduzidos.
Saúde em Brazlândia
Referência regional e com uma população de quase 60 mil habitantes, Brazlândia dispõe de três Unidades Básicas de Saúde (UBSs), de um hospital, o Hospital Regional de Brazlândia (HRBZ), de um posto de saúde e de outro posto – que dá apoio essa estrutura.
“Com essa estrutura, Brazlândia atende à demanda formada por pacientes da região do seu entorno, oriundos de cidades de Goiás – Padre Bernardo, Vendinha, Monte Alto, Águas Lindas e Padre Lúcio. E, com a pandemia, Brazlândia também atende pacientes com suspeitas de Covid-19, que apresentem sintomas ou que tenha alguma comorbidade”, informa Ronaldo, elogiando os profissionais de saúde.
Conforme dados oficiais do GDF, até ontem, 6, o DF já registrava 726 óbitos pela Covid-19 e outros 60.383 casos confirmados de pessoas contaminadas pelo vírus. Destes, 799 casos foram registrados em Brazlândia, onde já ocorreram mais de uma dezena de mortes.
Ronaldo e Claudinei reafirmam a necessidade de o GDF se antecipar à pós-pandemia, com ações governamentais capazes de promover a recuperação da economia e melhorar a vida financeira das famílias residentes e trabalhadoras em todo o DF e seu Entorno que, esperam ansiosas, o fim desta crise de saúde, para voltar a atuar na economia”.