Silva e Luna é o candidato do PL a prefeito em Foz do Iguaçu (PR) e tem recebido constantes elogios do ex-capitão
O ex-diretor-geral da Itaipu Binacional, general Joaquim Silva e Luna (PL), virou alvo de uma denúncia na Ouvidoria da companhia por supostos pagamentos irregulares. O procedimento aberto pede a devolução de 200 mil reais aos cofres públicos após apontar que ele teria se beneficiado irregularmente de um acordo coletivo de empregados.
Segundo a denúncia em tramite na empresa de energia, o militar concedeu a si próprio um bônus salarial equivalente a 2,8 salários. O procedimento aberto na Ouvidoria foi revelado pelo jornalista Guilherme Amado, colunista do Metrópoles.
Ainda segundo a publicação, outros cinco ex-diretores que tiveram a benesse incorporada aos seus rendimentos também são alvos da denúncia. A investigação preliminar tem como base uma reportagem do jornal Folha de São Paulo publicada em 2020.
Silva e Luna ascendeu ao comando de Itaipu com as bênçãos do então presidente Jair Bolsonaro. Depois, foi indicado para presidir a Petrobras, sendo demitido em março de 2022 em meio à irritação do mandatário com sucessivos reajustes nos preços dos combustíveis. Hoje, o general é candidato a prefeito em Foz do Iguaçu (PR) e conta com elogios e apoio do ex-capitão.
A reportagem da Folha revelou que o então diretor-geral autorizou a bonificação a si próprio e aos diretos no final de 2019. Com isso, incorporou 221 mil reais aos seus rendimentos. A benesse custou ao menos 1,3 milhão de reais aos cofres públicos. Os valores, por serem gratificações, não tiveram desconto do Imposto de Renda.
À época, o salário do general era de 79 mil reais. Para ter acesso à bonificação, de acordo com o periódico paulista, Silva e Luna pegou carona em um acordo coletivo firmado com funcionários da empresa, pago para compensar o fim do reajuste automático do vale-alimentação e de outros benefícios.
Os relatos enviados à Ouvidoria sustentam que a Itaipu “comprovadamente experimentou prejuízo, com violação pelos então diretores, aos princípios da administração pública, das regras do Direito Empresarial e, por consequência, ao patrimônio público”. Isso porque receber os benefícios na esteira de um acordo com empregados “beira a improbidade”, diz a denúncia.
Além de Silva e Luna, outros três militares tiveram acesso à gratificação mesmo sem ter direito a ela. Veja a lista:
- contra-almirante da Marinha Paulo Roberto da Silva Xavier;
- almirante da Marinha Anatalício Risden Júnior;
- general de Divisão do Exército Luiz Felipe Kraemer Carbanell;
- Celso Villar Torino, funcionário de carreira da Itaipu;
- Mariana Favoretto Thielle, advogada que foi superintendente da Fundação Itaipu Brasil de Previdência Complementar.
Silva e Luna não comentou o caso.