Sete em 10 brasileiros afirmam trabalhar melhor com contas em dia; 64% dos trabalhadores não cumprem demandas básicas, quando endividados
De acordo com o Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas no Brasil, feito pela Serasa, a geração Z (nascidos da segunda metade da década de 1990 até o início da década de 2010) é a segunda mais endividada do país, representando 34,1%.
As mudanças do pós-pandemia trouxeram um cenário difícil para quem está no início da vida adulta, com a piora na inflação e a diminuição no poder de compra, o que pode explicar o impacto nas contas dos jovens e do país. Contudo, os números apontam que a situação é pior para quem já trabalha há mais anos: em primeiro lugar no endividamento estão os baby boomers, com idades entre 41 e 60 anos, com 35,1%.
A pouca diferença de porcentagem entre as faixas etárias acende um alerta. Para o CEO da iCred, Túlio Matos, a inadimplência e o nome negativado de grande parte da população economicamente ativa impactam a economia como um todo.
“O endividamento afeta principalmente o setor de comércio e serviços, que percebe uma redução nas vendas e contratações, e consequentemente, acaba promovendo cortes. Dentro de pouco tempo, a geração Z vai representar a metade do mercado de trabalho, então é um efeito em cadeia que reduz o crescimento do país”, alerta.
O especialista explica que o padrão de consumo destes grupos etários possuem diferentes nuances. Enquanto os baby boomers compraram mais bens duráveis e fizeram poupanças, a geração Z caminha em sentido contrário. Segundo a pesquisa “Melhores Hábitos Financeiros”, feita pelo Bank of America, 57% da geração Z não está preparada para viver nem três meses sem salário.
Já levantamento realizado pela Creditas Benefícios, em parceria com a Opinion Box, mostra que 71% das pessoas performam melhor no trabalho quando estão com as contas em dia, gerando maior produtividade e menos horas extras. Já quando estão endividados, 64% dos respondentes afirmam que não conseguem cumprir demandas básicas, como horário de trabalho, e 66% dizem que os problemas financeiros impactam diretamente na saúde mental, relatando situações de estresse, ansiedade e insônia. O levantamento foi realizado com 1.347 trabalhadores em regime CLT nas cinco regiões do Brasil.