Filho de merendeira e pedreiro, Fabrício Rosa desafia estruturas políticas oligárquicas em Goiás, como do governador Ronaldo Caiado; questiona a Polícia Militar, que segundo ele mata seis pessoas entre cada dez assassinadas no estado; e promete um mandato voltado para a juventude periférica
Goiânia reelegeu o seu primeiro vereador LGBTQIA+, Fabrício Rosa (PT), que é também policial rodoviário federal e neste ano foi nomeado ouvidor especial de Combate a Crimes de Racismo e Intolerância na Câmara Municipal. Ele passou a ocupar o cargo especialmente pelas ações significativas em seu mandato, como a aprovação na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de previsão de recursos para hormonioterapia para pessoas trans. Doutorando em direitos humanos pela UFG, é militante socialista em movimentos sociais há mais de 20 anos e encara assuntos polêmicos como a legalização das drogas.
Fundador do movimento “Policiais Antifascismo”, Fabrício colaborou com a criação da Campanha Nacional “Policiais contra o Câncer Infantil”, que já vigou em 35 cidades do Brasil. Ele pauta seu trabalho em temas que outros políticos ignoram, como combate à violência contra a juventude periférica, ao trabalho escravo e à violência sexual de crianças e adolescentes. Filho mais velho de sete irmãos, nasceu em Goiânia, foi criado em Anápolis, na casa de uma mãe merendeira e pai pedreiro.
O sr. pode nos falar sobre sua trajetória e enfrentamento a questões na segurança pública?
Sou policial rodoviário federal, trabalho na polícia há 25 anos e colaborei na criação de uma área na polícia de proteção aos direitos humanos que realiza operações no Brasil todo, de enfrentamento ao trabalho escravo, trabalho infantil, tráfico de pessoas, exploração sexual de crianças e adolescentes e há bastante tempo atuo realizando operações pra enfrentar essas chagas que marcam a história do nosso país, mas também fazendo formação de policiais não só nessas temáticas, mas formação em direitos humanos como um todo, educação sobre gênero, letramento racial (conscientização sobre relações raciais na sociedade), afinal os policiais atuam com esses públicos e na polícia há pessoas pretas, LGBTQIA+, pessoas com deficiência.
Como é sua atuação na polícia?
Vou dar como exemplo dois coletivos. Um se chama Renosp, a Rede Nacional de Operadores de Segurança Pública LGBTQIA+ que nasceu em 2010 para enfrentar a LGBTfobia institucional. São muitos os casos de policiais perseguidos, que deixam de ser promovidos ou são escondidos no almoxarifado de seus órgãos, às vezes são tratados com tamanha indignidade que passam por crises de ansiedade, depressão, suicídio; então, a gente criou em 2010 uma associação pra enfrentar a homofobia na polícia, no meio militar também. Atualmente, essa associação não fica apenas nessa atuação, mas atua colaborando na segurança da construção das paradas LGBTQIA+ e também acolhendo pessoas que têm medo de procurar a polícia e nos usa como instrumento para buscar direitos, ter coragem pra denunciar. Também já temos nove delegacias de crimes de intolerância. Em Goiânia conquistamos uma. Há dois, três anos, é a primeira. Uma vitória dos movimentos sociais compartilhada com policiais.
A questão policial é sensível né? Como é a questão da maconha?
É uma questão sensível e incompreendida. Em 2012 eu ingressei numa outra associação internacional de policiais que defende a legalização das drogas, não somente da maconha. É uma instituição que luta contra as guerras e a principal guerra é hoje a guerra às drogas. Nós percebemos a necessidade de discutir não apenas a legalização do uso, comércio e produção da maconha, mas discutir o país: democracia, direitos humanos, não instrumentalização da segurança pública para o ódio, discutir o policial como trabalhador, os seus direitos, casos de assédio, perseguição, suicídio. Criamos um movimento, e percebemos práticas fascistas tocando nosso solo. A ordem é utilizada para cometer a violência. Quando falo a ordem quero dizer o poder público constituído e a polícia principalmente. Então fundamos o movimento Policiais Antifascismo. Éramos apenas sete, hoje somos mais de 1 mil.
O sr. também é professor, dá aulas?
Eu também sou professor, faço doutorado em direitos humanos na Universidade Federal de Goiás, dou aula em alguns cursinhos e na Polícia. E sou um ativista social, em projetos com crianças; desenvolvo há 12 anos um projeto com crianças com câncer. Eu e meu marido, ele é produtor cultural, temos um motorhome, viajamos pelo estado, não só pra curtir, mas parando nas praças, fazendo sarau de poesia, música, teatro, utilizando as linguagens da cultura pra dialogar com a população, sobretudo sobre direitos humanos, sobre combate ao racismo, à homofobia, combate à violência doméstica contra a mulher. Então, sou ativista pelos direitos humanos e atuo na polícia e na educação (por exemplo). É isso.
E as minorias na política? Quais as importâncias e desafios?
Você disse que eu sou vereador reeleito. Há dez anos sou candidato. Em 2013, percebi que eu precisava discutir o país, a cidade, e fui procurar um partido. Eu sabia que sou pessoa de esquerda e me identifiquei muito com a Rede, PSOL e PT, pelo olhar cuidadoso com as minorias, com grupos historicamente explorados, historicamente invibilizados, Fiquei 8 anos no PSol justamente pelo partido ser cuidadoso com a comunidade LGBTQIA+, com os que são antiproibicionistas, com as populações de rua, com os sem-teto e o (Guilherme) Boulos representa isso, com os indígenas e a Sonia Guajajara representa isso. Fiquei 8 anos no PSOL e agora no PT há dois anos.
O desafio para o enfrentamento é grande.
Vejo que o nosso desafio é muito grande. As placas do poder estão constituídas há séculos. Quando falo séculos não é exagero. A família Caiado está aqui desde a fundação do estado. O bisavô, tataravô, e várias outras famílias se repetem assim. Essas placas enrijecidas e cristalizadas de poder constituem instrumentos para permanecerem no poder e esses instrumentos são vários. Poderíamos colocar neste rol as emendas impositivas, o caixa dois, as máquinas inchadas de cargos comissionados não-necessários. Eu sou um defensor do serviço público e acho que o Brasil tem menos servidor público do que deveria ter, mas tô falando de enfermeiras, médicos, policiais, professores, servidores públicos concursados. Mas pelo menos aqui em Goiás convivemos com máquinas que são cabides de empregos pra que as pessoas sejam reeleitas. Filhos das famílias Caiado, Jardim, família Batista, dona da JBS Friboi. A gente percebe raízes do poder constituído historicamente, do poder privilegiado se mantendo em várias perspectivas diferentes. Seja quando sequestra o orçamento federal pra pagamento dos títulos da dívida pública que na verdade são juros que são rolados para que enriqueçam, quando não há discussão sobre justiça tributária honesta com a sociedade e esses mesmos milionários, latifundiários, continuam pagando menos impostos do que o pobre trabalhador.
Então sua candidatura é uma luta?
Fiz toda essa digressão pra dizer que isso faz com que nós, pessoas filhas de pessoas humildes, de um bairro bastante periférico de Anápolis, cidade que fica entre Goiânia e Brasília, tenhamos dificuldade em acessar esses espaços. Fiquei 10 anos me candidatando. Essa é a minha quinta campanha. Em todas fui muito bem votado, mas com muito pouco recurso. A primeira custou 10 mil reais.
Mas, as minorias se aproximam do poder?
Então essas pessoas que vêm das periferias têm dificuldade muito grande nesses modelos, ainda que se tenha tentado criar formas de justiça, 30% (de candidaturas) para as mulheres, 30% pros negros, mas quais mulheres, quais negros? Serão aqueles próximos dos donos do poder, dos caciques que mandam historicamente no partido? Ainda que a gente tenha feito uma discussão legítima e honesta para que haja mudanças, a gente não tem conseguido efetivar essas mudanças. Aqui em Goiás, cheguei como o primeiro LGBTQIA+ eleito em Goiânia como uma pessoa privilegiada que, apesar de ter origem humilde, tô há 25 anos na polícia, sou um homem branco, que vive num bairro não nobre, mas de classe média. Fico pensando nas outras pessoas. Vi nestas eleições muitas figuras potentes, personagens transformadoras, corajosas, com trabalhos consolidados, não conseguiram enfrentar essa máquina dos cargos comissionados, do caixa dois, essas estruturas já consolidadas pra se perpetuarem. Tudo isso para responder a sua pergunta. As chamadas minorias, as mulheres pretas, a comunidade LGBTQIA+, a população em situação de rua, a tia do bairro mais distante da nossa cidade não tem condição de participar dessa falsa democracia. Porque não é uma democracia popular. E essas pessoas acabam sendo alcançadas por aqueles que se aproveitam da realidade delas, oferecendo mentiras; não politizando essas pessoas a cerca das explorações históricas que poderiam explicar o lugar em que se encontram.
E a violência política?
O Brasil é um país marcado pela violência política. Marielle (a vereadora Marielle Franco) é apenas um símbolo, mas quando falamos da política macro, não só da política eleitoral, o Brasil é um dos países que mais mata defensores de direitos humanos. Mata militantes indigenistas, militantes ambientalistas, pessoas que ousam lutar por reforma agrária, que ousam questionar esse modelo de injustiça agrária. É um país injusto, marcado pelo chicote, pela bala, pelo tiro, contra aqueles que ousam questionar essas estruturas. Esse mesmo modus operandi se replica num momento de campanha. A gente assiste casos terríveis.
Como?
Vou contar um caso aqui de Goiás. Na minha cidade, Anápolis, existia um rapaz chamado Fábio Escobar. Foi meu amigo de adolescência. Nunca mais vi. Vinte, 30 anos, talvez. Em 2018, ele denunciou um caso de caixa dois na campanha do então candidato Ronaldo Caiado. Ele veio a público denunciar que teria recebido 150 mil reais de caixa dois pra fazer a campanha, e passou a denunciar na rede social. Fiquei atento aquilo, ninguém na mídia de Goiás deu visibilidade. Esse cara era militante na época do União Brasil. Passado um tempo, ele posta um vídeo devolvendo esse dinheiro, vai numa sala e devolve, dizendo `não troco esse dinheiro por minha dignidade, tá aqui a prova de que vocês tentaram me comprar’. Ele denuncia um cara chamado Cacai Toledo, que na época era presidente do Codego, a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás, formada por agentes que são donos do PIB (Produto Interno Bruto) de Goiás, industrial, agrário e também pelo Estado. Ele denuncia esse presidente do Codego, e passado alguns meses o Fábio Escobar é assassinado em Anápolis. Calma, que tem mais. Ele era coordenador de campanha do governador Ronaldo Caiado em Anápolis, cidade grande, depois que ele foi assassinado, sete outras pessoas foram assassinadas em torno do caso. Inclusive uma mulher grávida. Oito pessoas foram assassinadas em torno do caso e ainda assim a mídia não deu visibilidade. Nem em Goiás, nem nacionalmente.
Chocante.
A mídia foi falar disso em Goiás quando… aí instaurou-se uma investigação, os policiais (envolvidos) foram presos. Não sei se ainda estão presos. Quando os policiais foram presos, o delegado que chefiou a equipe deu entrevista. Aí a mídia goiana falou de um caso que já estava acontecendo há três anos, desde que o Fábio Escobar veio a público falar, até tudo o que te contei aqui. Aí saiu no G1, e na Veja saiu de forma politiqueira, o Caiado estava em campanha, vamos lançar pra macular esse desejo… não era preocupação real com o caso, que já tinha três anos de história. Então, tô te contando pra dizer que a violência política é uma marca no nosso estado. Esse é um caso grave mais tem muitos outros. Eu já sofri vários atentados nas ruas, já fui perseguido por bolsonaristas, poderia contar varias histórias. Vou contar uma rapidamente.
Conte.
Eu estava numa feira. Há duas campanhas atrás, essa foi a quinta. Eu gravei um carro de som que estava ilegal na rua. É caro. Os pobres não podem pagar um carro de som. E eu sempre gravo pra denunciar (irregularidades). Depois eu iria analisar se denunciaria ou não. Aí vem um rapaz, policial, me empurra pra um canto e diz que eu deveria apagar o vídeo. Eu falei, não apago. Eu saí com meu namorado que fez um escândalo ali, de repente vem uns 20 outros policiais armados, nos filmando, nos ameaçando, dizendo que deveríamos apagar o vídeo. Dissemos que não. Alguns feirantes que estavam ali eram nossos eleitores, meio que nos protegeram. Estou contando e poderia contar vários casos. A situação é muito grave. Eu sou policial e passo por isso. Já fui perseguido na rua. Um cara bateu no meu carro, me perseguiu. E vários outros casos. Imagina um militante da periferia, um jovem preto da periferia ou uma mulher lésbica da periferia, que não tem essa cobertura que eu tenho de ser um policial razoavelmente respeitado dentro da minha corporação, independentemente de ser de esquerda ou não; ocupei muitos cargos de gestão. Se eu não tivesse essa capa de proteção que me diferencia, o que seria de mim? Eu venho a público todos os dias denunciar que Goiás é um estado marcado pela violência policial. De cada dez pessoas assassinadas aqui, seis são mortas pelas mãos da Polícia Militar. Dessas seis, a gente sabe que há confrontos reais, entretanto muitos são os confrontos falsos, simulados, forjados. E isso está cotidianamente nos jornais de Goiás.
Até preso por carregar frasco de vinagre tem, né? (caso Rafael Braga, condenado no RJ em 2013)
Sim. É um país marcado pela violência política, uma democracia frágil, uma democracia com pés de barro, pois os ricos conseguem se manter no poder por meio do dinheiro e por meio da violência, matando aqueles que têm coragem de denunciar as suas irregularidades, perseguindo juridicamente aqueles que denunciam, fazendo lawfare (manipulação das leis), utilizando o aparelho estatal. Nada mais nada menos do que o comitê de organização dos próprios ricos. É preciso enfrentar um Estado cheio de privilégios. Sou servidor público, defensor do serviço público, das merendeiras, dos policiais, mas tenho vergonha de conviver com o fato de juízes ganhando 100 mil reais por mês, 200 mil reais por mês. Quando a população diz que quer ser contra o Estado, ela está indignada com esses privilégios, desses milionários do serviço público e também desses comissionados fantasmas, que não trabalham.
Porque o pobre de direita?
O pobre de direita é um ser cansado de opressão, de humilhação, de fome, de miséria. Nós vivemos num país onde 60% da população recebe um salário mínimo, 80% recebe três salários mínimos. E nós vivemos na oitava potência econômica do mundo. As pessoas não têm acúmulo, e não tiveram a oportunidade de se aproximar de uma discussão lhes garantisse, ou por meio do saber popular ou por meio do saber sindical ou acadêmico, que lhes garantisse compreender essas estruturas de exploração. Desde o racismo à acumulação de riqueza. As pessoas não conseguem compreender isso. Eles conseguem ver a vida prática, conseguem ver que trabalham, trabalham, trabalham e o seu nome está no Serasa. Trabalham, trabalham, trabalham e não conseguem pagar as contas no final do mês. Trabalham, trabalham, trabalham e são humilhadas no trabalho por pessoas que vivem em uma outra realidade. Só conseguem ver o que é palpável. E quando só conseguem ver o palpável, se encantam por quem traz nas suas propostas uma palpabilidade maior. Por isso o Pablo Marçal faz sucesso ao concretizar algo como um teleférico.
Mesmo que não vá fazer nunca?
E mesmo que não resolva os problemas estruturais aos quais esses instrumentos deveriam responder. O teleférico não resolverá o problema de trânsito de uma grande cidade como São Paulo. São políticas públicas mais robustas e complexas e capilarizadas que poderiam resolver. Só que todas as palavras que eu usei as pessoas da periferia não conseguiriam compreender. As pessoas só querem respostas práticas, querem comer bem. Elas querem alguém que responda, e carregam uma dor existencial. Eu tenho 45 anos. As pessoas da minha idade passaram por vários governos, desde o fim da ditadura ao liberalismo do Fernando Henrique Cardoso, ao PT, a escândalos de corrupção. As pessoas estão angustiadas. E a juventude muito mais. A juventude não tem perspectiva alguma de ter casa própria, de ter um bom emprego. As ofertas de trabalho são pra trabalhar em telemarketing, ganhar 1500 reais ou pra se matar no Uber e ganhar 3, 4 mil reais no máximo, pagando aluguel de seu carro. As pessoas estão cansadas de respostas complexas e respostas que não lhe digam respeito, que não toquem o seu coração. Estão cansadas, carregam um desejo de mudança, e a extrema direita foi mais eficiente, ao se colocar contra a ordem, dizendo que vai trazer uma transformação.
As perspectivas são muito ruins, né?
Eu acredito que o pêndulo da história vai mudar, que as pessoas perceberão que a extrema-direita não trará respostas. Não é menos Estado, menos poder público que trará resposta. Nós precisamos de um poder público maior inclusive, mas que de fato ofereça respostas para a população. Percebemos corporações no serviço público. Corporações que muitas vezes estão apenas em busca de aumentar os seus salários. Pouquíssimas vezes fui a uma reunião do meu sindicato que buscasse discutir um modelo de segurança pública que de fato respondesse às demandas da sociedade. O que vejo são demandas corporativas. E não acho que são ilegítimas, mas acho que nós enquanto servidores públicos temos que ter cuidado em sopesar as nossas demandas corporativas com a necessidade de um serviço público que atenda verdadeiramente, de maneira carinhosa e eficaz, as demandas da sociedade. Senão, colocamos a coluna dorsal do país, que garante a soberania nacional, que é o Estado, em um lugar de risco e em lugar de fragilidade para ser atacado pelos anarcocapitalistas, pelos fascistas, pela extrema-direita. As pessoas carregam esse rancor, transformam seu rancor em raiva, transformam sua raiva e incompreensão em voto para a extrema-direita, que consegue fazer uma leitura melhor, pelo menos do ponto de vista da comunicação, em algo mais palatável.
O sr. queria falar sobre reeleição.
Ah, eu queria falar sobre reeleição. Fiquei cinco meses só. Sou vereador há cinco meses. Esse mandato que entrei foi derivado de uma ação judicial. Cotas de gênero que foram descumpridas e eu entrei na Justiça, e só agora no finalzinho consegui entrar. No próximo mandato real, que é esse que está começando agora, a nossas metas táticas passam por criar plataformas de comunicação à esquerda, que não precisa ser do Fabrício, mas que a juventude faça comunicação à esquerda, com novos líderes, novos olhares, com mais rapidez, mais sensibilidade, que dialogue com modelo da rede social, que haja formação política das periferias, mas não essa formação dos conselhos – sou a favor, não tô criticando os conselhos – mas que haja outras metodologias de participação…
Quais as ideias criativas para as mudanças que precisamos?
Vamos criar um grande festival (por exemplo)… mas que a preparação de quatro, cinco meses, será uma formação política e que, ao final, o festival seja só um produto de tudo isso que a gente viverá enquanto formação política. Vamos criar um grande projeto social com crianças ou com outros grupos vulnerabilizados, mas que a preparação pra esse projeto seja uma formação política… Então, a meta do nosso mandato é formação política, comunicação à esquerda e criação de modelos de participação social. Às vezes esperamos respostas para além do que está dado todos os dias, mas não há uma resposta pra além do que está dado todos os dias. Precisamos fazer o que está dado todos os dias, mas com linguagens e formatos diferentes, especialmente focando na juventude periférica.