Segundo o ministro, governo já tem traçado um novo plano de desenvolvimento, que leva em conta o combate à desigualdade e a preservação do meio ambiente, gerando empregos de ponta
Após arrumar a casa e iniciar a aprovação da reforma tributária e de outras leis necessárias para destravar a economia, o Brasil está pronto para entrar em uma nova fase de crescimento, geração de emprego e renda e diminuição da pobreza. Tudo isso puxado por uma poderosa agenda socioambiental.
A análise é do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que, em entrevista ao G1, nesta segunda-feira (10), fez um balanço da política econômica dos seis primeiros meses do governo Lula. “Eu penso que a questão socioambiental vai ser a grande marca do governo”, afirmou (assista à íntegra abaixo).
Haddad contou que, na reunião que teve com Lula na última sexta-feira (7), ele e assessores apresentaram ao presidente o Plano de Transição Ecológica, elaborado ao longo dos últimos seis meses e que, segundo o ministro, “vai trazer oportunidade de emprego e renda e colocar o Brasil no século 21”.
“Nos bastidores aqui do Ministério da Fazenda, tinha uma estrutura trabalhando em silêncio para mapear todas as oportunidades que o Brasil tem, com vantagens competitivas em relação ao mundo, para modernizar a nossa infraestrutura produtiva”, explicou.
Ouça a entrevista na Rádio PT:
De acordo com Haddad, são mais de 100 ações que o Brasil pode implementar nos próximos anos para gerar empregos de ponta ao mesmo tempo em que promove a transição ecológica — ou seja, pratica uma economia cada vez menos poluente e mais sustentável.
Essas ações já começam pela reforma tributária, que prevê menos impostos para produtos que fazem bem à saúde e ao meio ambiente, passam por novas leis, como a regulamentação dos créditos de carbono no país, e vão até investimentos nas mais diversas áreas.
“Vale a para a infraestrutura, geração de energia limpa, atração de investimentos estrangeiros que querem fabricar produtos verdes, combate ao desmatamento, energia eólica e solar, bicombustível, marco regulatório da mineração e até a exploração de terras raras, com lítio, por exemplo, que está na fronteira do que vai ser produzido, como baterias para carros elétricos”, elencou.
O ministro acrescentou que, após conhecer o plano, o presidente Lula disse que havia sido apresentado a “um novo Brasil”.
O Brasil pode mais
Fernando Haddad também se disse otimista em relação ao Brasil, que tem condições de inaugurar um novo ciclo de desenvolvimento. “E não apenas para fazer o PIB crescer, que é essencial, mas também enfrentar os desafios sociais e ambientais que estão à nossa frente.”
Sustentabilidade fiscal, social e ambiental precisam caminhar juntas para que as famílias brasileiras tenham uma vida mais confortável e as novas gerações tenham um futuro promissor. E essa sustentabilidade, observou, já começa a ser consolidada, graças ao trabalho conjunto que Executivo, Congresso e Judiciário estão fazendo juntos.
O ministro só espera que o Banco Central também entre em sintonia com os rumos que estão sendo traçados para o Brasil. “O Banco Central vai ter de fazer sua parte. A política monetária não pode estar em colisão com a política fiscal”, argumentou.
Ele lembrou que o objetivo do governo Lula não é aumentar os impostos, mas melhorar a arrecadação a partir da melhoria da economia. E, hoje, um descompasso entre a política fiscal, de responsabilidade da equipe econômica do governo Lula, e a política monetária, sob comando do BC, atrapalha esse crescimento. “O próprio mercado financeiro está preocupado com a questão do crédito no Brasil”, ressaltou.
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