O indígena Kwaxipuru Kaapor, de 32 anos, foi encontrado morto e com marcas de tiro à beira de uma estrada perto do limite entre a Terra Indígena Alto Turiaçu e a cidade de Centro do Guilherme, no noroeste do Maranhão. O assassinato ocorreu na última segunda-feira (3), mas apenas nesta quinta (06) os índios conseguiram denunciar o crime, por causa das dificuldades de acesso e comunicação.
Lideranças da etnia Ka’apor acreditam que o assassinato foi uma vingança de traficantes de drogas porque anteriormente uma plantação de maconha havia sido destruída pelos indígenas, durante uma ronda que realizaram em suas terras.
A Terra Indígena Alto Turiaçu, onde vivem as etnias Ka’apor e Awá-guajá, possui histórico de invasões de traficantes, madeireiros, caçadores e grileiros. O cacique Irakadju Ka’apór gravou um vídeo em que relata a falta de apoio das autoridades contra a invasão do território indígena.
“Antes de ontem, aconteceu um assassinato de um parente Ka’apor no município de Centro do Guilherme. Sempre a gente faz denúncia, manda para as autoridades, que têm muita dificuldade de atender nossas demandas. Então, nós estamos no período de pandemia, ainda isolados, e onde os madeireiros, garimpeiros e traficantes estão aproveitando … destruição do nosso território. Então eu gostaria de comunicar aos órgãos competentes. O mais rápido possível fazer uma operação dentro do nosso território. Estamos enviando para as organizações uma carta para apoiar a nossa causa”, disse o cacique.