Luiz Carlos Torres Araújo nos deu em 2024, pela Lumina, este livro, bem titulado, porque de fato é um programa literário, indo da ficção científica, do terror-policial ao humor escrachado.
São contos. É fantasia bem urdida em burilados textos, com finais de surpreendente dramaticidade.
Tem uma curta apresentação da Elvira Coelho Hoffmann. Na quarta capa, rápidas linhas da premiada Taiasmin Ohmmacht.
Luiz Carlos hoje mora em São Leopoldo, faz parte de um grupo de bons escritores locais e ativistas da cultura.
O autor sabe explorar uma mistura de “filme” de terror, falo “filme”, porque sua narrativa tem a dramaticidade de uma película, com ficção científica, com passagens de gótico.
O nosso escritor fala de seus encantos pelo interior, assim aprecem cenas que alertam o tema da Natureza, do prosaico interiorano, dos encantos de gente simples.
E tem um bom humor impressionante num conto sobre uma policial idosa e suas elucubrações que terminam sem a gente poder conter o riso: Dona Elvira.
O machismo e a cretinice moralista são explorados com maestria. “Dona de Bordel” é uma obra prima, um tapa na cara.
“Maria Degolada” foi utilizada pelo autor para revisitar um caso rumoroso de Porto Alegre do final do século XIX (machismo, feminicídio), mas acrescentando o ingrediente do sobrenatural e da crença.
Luiz sabe segurar bem a dramaticidade de um bom enredo, como em “Escolhas do amor”.
Chamo os leitores para engrossar nosso Ano da Leitura lendo bons contos, como este livro “Janelas Abertas – Ciranda de contos”.
(*) Por Adeli Sell, professor, escritor e bacharel em Direito.
*As opiniões dos autores de artigos não refletem, necessariamente, o pensamento do Jornal Brasil Popular, sendo de total responsabilidade do próprio autor as informações, os juízos de valor e os conceitos descritos no texto.