25 de junho, a cidade de Cachoeira celebrou os 200 anos da independência da Bahia. O governador, Jerônimo Rodrigues, destaca a importância de contar “a verdadeira história da independência”
Com participação do governador Jerônimo Rodrigues, a sede do Governo do Estado foi transferida para o município de Cachoeira, no domingo (25). O tiro da alvorada, no porto de Cachoeira, marcou o início da solenidade de transferência para a cidade pelo Bicentenário da Independência do Brasil na Bahia.
Em seu discurso, o governador da Bahia Jerônimo Rodrigues ressaltou que a história precisa ser contada por completo, com todos os devidos personagens. “Os livros não contam tudo o que realmente aconteceu. Os indígenas, os negros, os trabalhadores e as mulheres que estiveram à frente das batalhas não entram nos relatos. Foram muitas as ações pela saída dos portugueses, em todos os cantos do país, mas o berço da reação foi aqui. Espero que a gente possa ver as gerações futuras contando essa história sem negar o papel de cada um”, afirmou.
O secretário de cultura do estado, Bruno Monteiro, frisou que esse é um momento de ressignificar a história, dando protagonismo ao povo nas lutas pela independência. “Afinal de contas, essa conquista se deu a partir da luta do povo, e Cachoeira teve um papel fundamental para isso. Então, estamos aqui hoje nessa transferência simbólica da capital do estado para Cachoeira”.
Entre as atividades a apresentação da Filarmônica Lyra Ceciliana Cachoeirana, na Praça da Aclamação, seguida da Celebração do Te Deum, na Igreja da Ordem Primeira; além do lançamento da Feira Literária Internacional de Cachoeira (Flica), na Fundação Hansen Bahia, e da Sessão Solene, às 11h, na Câmara Municipal.
“Essa foi a primeira vez que um governador da Bahia participou do Lançamento de uma edição da FLICA na cidade de Cachoeira”, informa Jomar Lima, coordenador geral da Feira Literária Flica e coordenador executivo da Fundação Hansen Bahia.
Uma das vilas mais importantes do Brasil nos séculos XVII e XVIII, Cachoeira esteve entre as cidades que deram início às batalhas decisivas para tornar o Brasil independente de Portugal.
O dia 25 de junho de 1822 foi um desses marcos. Os cachoeiranos proclamaram D. Pedro como o Regente Constitucional do Brasil e com a Junta Conciliatória deram início à retaliação contra a presença do general Madeira e Melo, que ameaçava a Vila com uma canhoneira.
A cidade de Cachoeira, cidade histórica baiana, a 120km de Salvador. É considerada Monumento Nacional, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional em 1971, o município de Cachoeira, situado no recôncavo sul, depois de Salvador, é a cidade baiana que reúne o mais importante acervo arquitetônico no estilo barroco e o maior estaleiro cultural independente do Brasil. Foi sede do governo durante a Guerra da Independência. Ali foram organizados e treinados os batalhões que lutaram em Salvador e em Cachoeira contra os ataques portugueses.
A Festa Literária Internacional de Cachoeira que acontece desde 2011 já se tornou tradição na cidade de Cachoeira e no Recôncavo Baiano, onde passaram diversos autores e autoras, mais de 207 personalidades de nomes nacionais e internacionais e locais, deste evento literário do Estado da Bahia.
Este ano, o tema abordado será “Poéticas Afro-Indígenas da Brasilidade”. O evento será realizado entre os dias 26 e 29 de outubro de 2023, seguindo a temática do Bicentenário da Independência do Brasil, e contará com a Curadoria Coletiva formada por Mirian Sumica (UNILAB), Luciana Brito (UFRB) e Jocivaldo dos Anjos (SEC).
A coordenadora Executiva da Flica, Vanessa Dantas, ressaltou que a programação está sendo preparada para a diversidade e a relevância da programação. Nesta edição, estamos buscando expandir as vozes e visões, apresentando poesias afro-indígenas que representam a diversidade cultural brasileira na sua riqueza cultural. Queremos valorizar essas expressões literárias.
Nessa sua 11ª edição, a FLICA 2023 inicia com Colóquios, atividades de extensão já no mês de julho. O Colóquio FLICA, marcado para acontecer entre os dias 06 a 09 de julho de 2023, no município de Cachoeira, será seguido por seminários, no mesmo mês, nas cidades de São Francisco do Conde, Recôncavo, (14.07), em Madre de Deus (21.07) e Candeias (28.07), municípios da Região Metropolitana de Salvador (RMS).
Visando promover o diálogo acerca da Literatura Brasileira e Internacional, o evento, terá maior atenção ao Bicentenário da Independência do Brasil, celebrado este ano de 2023, onde proporcionará um debate intelectual sobre esse Brasil diverso, trazendo reflexões sobre cultura, arte, educação, turismo, literatura, sustentabilidade, economia criativa e solidária, entre outras abordagens.
Por serem atividades de Extensão, o tema é “Liberdade e Literatura Brasis”, mesmo tema da 10ª edição FLICA, de 2022. Os profissionais responsáveis por dirigir, planejar e coordenar as atividades literárias, gerenciais, operacionais e estratégicas desse grande Evento Acadêmico Literário, fica por conta:
– Vanessa Vilas-Bôas Dantas (Coordenadora Executiva – Gerente de Projetos) – Jornalista, especialista em Gestão da Comunicação e Gerenciamento de Projetos. Diretora Executiva da Fundação Hansen Bahia (FHB).
– Jomar Lima (Coordenador Geral) – Bacharel em Museologia/UFRB, Mestrando em História da África pela UFRB, Especialista em Política e Gestão Cultural pela CECULT/UFRB. Coordenador Executivo de Museologia da FHB.
O Colóquio e os Seminários Flica, é uma realização da CALI – Cachoeira Literária e da Fundação Hansen Bahia (FHB), com parceria da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – Centro de Artes, Humanidades e Letras (UFRB – CAHL), e apoio institucional da LDM Livraria, o patrocínio da Empresa ACELEN e FAZCULTURA – Governo do Estado da Bahia.
(*) Por Fábio Costa Pinto, jornalista baiano, membro do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Imprensa – ABI e conselheiro da Fundação Hansen Bahia.
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