O maior sucesso da entrevista ao vivo de Lula no estúdio do “Jornal Nacional” na quinta-feira, a primeira desde 2006, não aconteceu em qualquer faixa de público, aconteceu entre jornalistas da própria TV-Globo e do jornal O Globo.
Míriam Leitão, a principal comentarista de economia da TV, da GloboNews, do jornal e das rádios CBN do grupo, e Vera Magalhães, colunista do jornal, consideraram que Lula foi muito bem na entrevista e não fizeram maiores reparos a suas respostas, embora normalmente sejam ambas muito críticas em relação às posições dele.
Mais que essas vozes insuspeitas, entretanto, destacou-se pela ironia e pontaria o que escreveu Leilane Neubarth, que não é colunista nem comentarista, mas apresentadora de jornais e programas da GloboNews.
De Míriam e Vera o que a própria Globo e seu público esperavam é que avaliassem a entrevista e manifestassem sua opinião. Leilane, porém, agiu por iniciativa própria e fora das câmeras e páginas globais. Em sua conta no Twitter, ela escreveu, assim que a entrevista terminou:
– Poderia citar muitas diferenças, mas me chama atenção o respeito de Lula pela Renata. Ele o tempo todo coloca ela presente e participando da entrevista. Homem que respeita mulher é outra coisa.
Já nessas palavras, Leilane registrou não apenas a civilidade e as boas maneiras de Lula, mas também sua conduta e exemplo de homem civilizado e integrado nos melhores marcos civilizatórios de nossa época. Além disso, ela pôs Lula em contraste com a grosseria habitual, a boçalidade arrogante de Bolsonaro.
Mas Leilane foi adiante e corajosamente acrescentou nessa mensagem uma lembrança que em outros tempos, com certeza, lhe causaria problemas com a Globo:
– Cada um cita seu próprio ídolo… Uns citam Ustra. Outros citam Paulo Freire,
Paulo Freire foi o grande educador que Lula citou na entrevista. Ustra, o coronel Brilhante Ustra, torturador do período mais repressivo da ditadura, a quem Bolsonaro cita a torto e a direito, a qualquer pretexto, e a quem, então deputado, dedicou seu voto favorável ao impeachment da Presidente Dilma Rousseff em 2016.
Nesses outros tempos que algumas coisas indicam já terem discretamente ido embora, Leilane seria imediatamente notificada de ter infringido regra contratual ou regulamentar que proibia aos jornalistas da Globo a manifestação de opiniões políticas em suas redes sociais. Essa regra destinava-se a proteger a empresa em suas relações como poder e constrangia seus jornalistas a fingir que viviam numa bolha asséptica, sem conexões com o mundo real.
Nesses outros tempos, um então colega de Leilane, Chico Pinheiro, teve problemas, que remotamente repercutiram em sua recente demissão, por ter feito em suas redes sociais uma referência simpática a Lula. A amizade de Chico e Lula era coisa pública e notória desde muitos anos antes, ninguém a desconhecia no universo da profissão jornalística e esse fato não impedira a contratação de Chico pela Globo. Mas depois o país viveu o longo império da Lava Jato e essa regra teve de ser invocada contra ele.
Agora os tempos são outros e não dá nem para imaginar que Leilane seja incomodada pelo que escreveu no Twitter. E não se trata apenas desse caso e do precedente que pode abrir para outras manifestações. Trata-se do reexame da posição hegemônica que a Globo ocupava e que enfrenta agora a evolução ou a revolução tecnológica em curso nas telecomunicações.
Realidades novas como as redes sociais e a oferta de entretenimento e informação pelo sistema de streaming acabaram com o espectador cativo da novela e do telejornal e respectiva carga de publicidade. A publicidade tem sido rápida em buscar novas formas de acesso a seu possível público. Com isso perde conteúdo a ideia de que ou o governo controla a TV ou a TV controla o governo e fica cada vez mais distante a hipótese de se repetirem episódios que até aqui vinham demonstrando o poder da TV-Globo na história política do Brasil desde a eleição de Fernando Collor em 1989.
Nesta campanha presidencial, a ameaça maior não é a TV. A ameaça maior agora é outra, é o poder de grupos econômicos e políticos internacionais e seus capatazes nativos que operam no interior profundo da internet, nos labirintos e subterrâneos invisíveis em que essas organizações podem estender seus tentáculos.
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