O presidente Lula marcou dois pontos políticos relevantes para fortalecer sua luta pela reeleição em 2026 com programa desenvolvimentista: 1 – sucesso no comando do G20 e 2 – desbaratamento dos generais golpistas de 2023, que tentaram derrubá-lo e matá-lo.
No G20, o recado brasileiro do combate global à fome foi absorvido politicamente pelas 82 nações presentes no encontro internacional.
O rosário de reivindicações no comunicado final do G20 expressa a demanda mundial contra o neoliberalismo na sua fase agressiva financista especulativa.
Lula colhe fortalecimento político interno, com uma agenda internacional que teve o consenso unânime dos participantes do encontro.
O combate à fome e a taxação dos mais ricos para bancar essa transferência de renda arrastou todos os presentes do G20.
Ele se fortalece, sobretudo, para lutar contra os banqueiros que querem impor-lhe um arrocho fiscal neoliberal que o impede de cumprir o compromisso de combater a fome.
É a polarização de classe expressa no palco do G20.
A população mundial está ávida por justiça social e prega o fim imediato da desigualdade.
Lula colocou a fome para brigar com as armas.
Combate à fome salva com pouco dinheiro mais de 700 milhões de miseráveis, enquanto uma minoria de trilionários que manda na economia capitalista financeirizada especulativa engole 75% do produto bruto global, fazendo guerras.
Combate à fome, fortalece a paz; estímulo ao armamentismo eterniza guerra.
VISÃO SOCIAL PREDOMINANTE
A super concentração da renda e a superexploração do trabalho são as âncaras do comunicado do G20 que colocou em evidência a economia política lulista de caráter social com ampla aceitação global.
A austeridade neoliberal cai diante do discurso do presidente brasileiro.
Ele prega tirar dos mais ricos para dar aos mais pobres, taxado em 2% indivíduos que não sabem mais onde pôr seu dinheiro.
Educação, saúde, infraestrutura, produção, consumo e distribuição equitativa da riqueza mundial, com taxação sobre quem tem mais para dar para quem tem menos é a agenda-sucesso do G20.
Com ela, Lula fortalece a democracia ocidental, ameaçada pela guerra comercial protecionista que o império americano promete praticar para enfrentar a competição com a China, para a qual está perdendo.
O combate à fome e a taxação dos ricos é pró-China, que, com sua proposta Rota da Seda, promete diversificação mundial de investimentos chineses no desenvolvimento econômico sustentável.
Ao mesmo tempo, a agenda lulista é anti-americana, no sentido de que a proposta dos Estados Unidos, apresentada durante G20, potencializa a guerra, com autorização do presidente Joe Biden, em território brasileiro, de permitir a Ucrânia atacar a Rússia com mísseis americanos.
Biden agiu como brucutu.
A proposta de Lula, assim como a de Xi Jinping é voltada para o interesse da união dos povos; a de Biden é a destruição dos povos.
Trata-se de remédio eficaz e eficiente para atacar a fome e promover a integração econômica pelo desenvolvimento das forças produtivas e não pela destruição delas, como está fazendo a financeirização neoliberal rentista de guerra, que impede a sustentabilidade econômica.
GOLPISTAS NA CADEIA
O outro ponto político importantíssimo que Lula marcou, mas, indiretamente, no sentido de fortalecer sua candidatura à reeleição em 2026, foi a prisão dos “Kids Pretos”, pela Polícia Federal.
Os “Kids”, militares super treinados e destemidos para atuarem como tropa de assalto para dar golpe de estado, conforme pretendia o ex-presidente fascista Jair Bolsonaro e seus generais, favorecem politicamente, o presidente Lula.
O porão do poder nazi-fascista bolsonarista resistiu à derrota de 2022 e queria impedir o presidente Lula de começar a governar a partir de 2023, com apoio popular e legitimação democrática.
Certamente, de agora em diante os procedimentos para processar os golpistas serão acelerados pelas próprias circunstâncias políticas extraordinárias criadas pela Polícia Federal ao desbaratar a quadrilha político-militar golpista.
O bolsonarismo cavou mais um palmo na sua sepultura.
A opinião pública está sob o impacto da descoberta policial de que o governo Bolsonaro era dirigido, na prática, pelos militares golpistas, empenhados em impedir o exercício democrático por meio de Lula eleito.
O Congresso falou pelo seu presidente, senador Rodrigo Pacheco(PSD-MG), sobre a necessidade de que a lei seja cumprida.
Mais uma vez, o Supremo Tribunal Federal vai falar em defesa da democracia ameaçada e dar poder de investigação ao ministro Alexandre de Moraes, que se notabilizou na investigação dos golpistas bolsonaristas, jurado de morte por eles.
A direita e a ultradireita, comandadas por Bolsonaro, no poder, com disposição golpista à flor da pele, estavam ou não compactuadas com o golpe?
Governaram autoritariamente de 2018 a 2022 usufruindo do poder fascista para se enriquecerem enquanto os trabalhadores foram sufocados em seus direitos pelas reformas neoliberais.
Os trabalhadores foram roubados pela mudança da legislação e pelo rebaixamento dos salários, por meio da exploração da mais valia relativa – tempo de trabalho não pago – elevada pelo golpe neoliberal de 2016.
Os liberais e neoliberais, maiores favorecidos pela proteção dos “Kids Pretos”, prontos para dar golpe e se apoiar na burguesia fascista, trabalharam ou não contra a democracia, ao apoiarem o bolsonarismo?
Por que não denunciaram, se sabiam de alguma coisa, relativa aos ataques à democracia, quando o país disputava eleição presidencial em 2022?
O fato é que Lula sai fortalecido para disputa eleitoral em 2026: primeiro, pela realização do G20, que assumiu suas propostas; segundo pelas diligências da Polícia Federal, que implodiu o esquema golpista, fortalecendo a sempre ameaçada democracia tupiniquim.
(*) Por César Fonseca, jornalista, atua no programa Tecendo o Amanhã, da TV Comunitária do Rio, é conselheiro da TVCOMDF e edita o site Independência Sul Americana.
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