Neste 12 de agosto, mulheres do campo, da floresta e das águas comemoram 20 anos de luta e história frente à marcha das margaridas.
No ano 2000, há exatos 20 anos, nós mulheres do campo, da floresta e das águas saímos dos nossos rincões, marchando até a capital federal para denunciar a fome, a miséria e a violência sexista. Éramos 20 mil mulheres e protagonizamos a primeira Marcha das Margaridas. Desde então continuamos marchando e voltando à Brasília de 4 em 4 anos, em 2003, 2007, 2011, 2015 e em 2019, quando já éramos 100 mil mulheres. A nossa luta é marcada pela construção de justiça e igualdade social num país historicamente marcado pela concentração de terras, riquezas e poder.
Nesses 20 anos, a Marcha das Margaridas vem anunciando as bases de um desenvolvimento sustentável que, a partir de relações justas e igualitárias, pautadas nos valores da ética, solidariedade, reciprocidade, e respeito à natureza, tem como um dos pilares a produção de alimentos saudáveis.
Seguimos em marcha em defesa dos nossos territórios e do Estado democrático de direito, denunciando a violência que estamos sofrendo, o aumento das desigualdades sociais e as violações de direitos. Isso requer luta e resistência! Mas da luta não fugimos!
Para nós, mulheres do campo, da floresta e das águas, agosto é um mês simbólico. Nesse mês, nós celebramos a memória de Margarida Maria Alves, trabalhadora rural e líder sindical.
Margarida Maria Alves
Margarida ocupou, por 12 anos, a presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, lutando bravamente pelos direitos das trabalhadoras e trabalhadores rurais, denunciando abusos e violações de seus direitos, por fazendeiros e usineiros, que influenciavam e dominavam a economia e a política local.
No dia 12 de agosto de 1983, a mando de latifundiários, Margarida Maria Alves foi cruelmente assassinada, por um matador de aluguel, na porta da sua casa. Em sua homenagem, nesse dia, é celebrado o Dia Nacional dos Direitos Humanos.
Margarida, hoje, vive em cada uma de nós, mulheres do campo, da floresta e das águas. Seu nome se tornou um símbolo nacional de força e coragem cultivado por milhares de Margaridas desse país, que desde o ano 2000, no mês de agosto, realizam a Marcha das Margaridas.
Viva as margaridas! Viva a Marcha das margaridas!
FETAET (Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Tocantins)