Não é possível que 80% dos agrotóxicos proibidos na Alemanha possam ser vendidos aqui no Brasil, como se a gente fosse uma republiqueta de bananas. Assim falou o presidente Lula em discurso nesta semana. Um respiro diante de tanto retrocesso vivido nos últimos anos. Conte comigo, Lula, nessa luta contra os agrotóxicos. O Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara) tem que ser medida urgente para avançarmos nessa batalha.
O Pronara foi aprovado em agosto de 2014, como parte da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo). Esse programa é uma importante ferramenta para diminuir o uso de agrotóxicos e fortalecer a produção agroecológica.
Infelizmente, principalmente com o golpe contra a presidenta Dilma, os setores do agronegócio atuaram fortemente para desmontar o Pronara. Esse movimento, acatado por Temer e Bolsonaro, representa um retrocesso para a luta por uma alimentação saudável.
Por que o Pronara é importante? Ele será essencial para reduzir os impactos causados pelos agrotóxicos no meio ambiente e na saúde do povo. Menos comida envenenada e mais alimento de verdade na mesa do povo brasileiro.
Reforma Tributária
Apresentamos emendas à reforma tributária a fim de colocar os agrotóxicos no imposto seletivo e fazê-los pagar mais impostos. Porém, o que foi aprovado é uma isenção de 60% para esse veneno que vem adoecendo os brasileiros.
O agronegócio ganha benefícios para o uso de agrotóxicos e quem paga é a população. Deixamos de arrecadar R$ 15 bilhões por ano com esse desconto nos produtos. Além disso, soma-se o gasto do estado com a saúde da população contaminada diariamente por esses venenos. Não vamos desistir e levaremos essa proposta aos senadores para que seja apresentada no Senado.
Vamos juntos, presidente Lula. Essa luta é mais do que essencial e sabemos as dificuldades que vamos enfrentar. Sabemos que a sua capacidade de articulação será fundamental para um Brasil com alimentação saudável. Enquanto isso, fortaleça o Pronara e vamos avançar na luta pela redução dos agrotóxicos.
(*) Por Deputado federal Padre João (PT)