Presidente também pediu o fim da desconfiança entre empresários brasileiros e mexicanos e pregou cooperação mais ampla entre eles: “Nós temos agora é que gerar uma maior irmandade entre Brasil e México”
O presidente Lula participou, nesta segunda-feira (30), da abertura do “Fórum Empresarial México-Brasil”, na Cidade do México. O encontro com cerca de 400 empresários brasileiros e mexicanos serviu à expansão do comércio e dos investimentos entre os países, que detêm as duas mais pujantes economias da América Latina. Brasil e México se encaminham para consolidar relação bilateral madura, pragmática e de alto nível.
Durante discurso, Lula pediu o fim da desconfiança entre empresários brasileiros e mexicanos, pregou cooperação mais ampla entre eles e argumentou em favor da revisão de todos os acordos comerciais firmados durante seus dois primeiros mandatos (2003-2010). “Nós temos agora é que gerar uma maior irmandade entre Brasil e México: o Brasil olhar mais para o México e o México olhar mais para o Brasil. Se nós fizermos isso, eu tenho certeza que o futuro estará assegurado”, afirmou.
“Eu penso, inclusive, que os nossos acordos comerciais precisam ser revistos e refeitos o mais rápido possível para melhorar a vida do México e a vida do Brasil”, enfatizou Lula, sob aplausos dos empresários.
O petista viajou à capital mexicana, no domingo (29), para prestigiar também a posse da nova governante do país, a cientista Claudia Scheinbaum, em cerimônia prevista para esta terça (1). Eleita com quase 36 milhões de votos, ela é a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente na história do México.
“É extraordinário o fato de vocês terem eleito uma mulher para presidir esse país, é uma coisa excepcional. E ela está montando um governo, que, pelo começo, parece que vai ser um governo comprometido com as melhores práticas do exercício da democracia e da relação plural que o México tem que ter com o mundo e que o Brasil tem que ter com o México”, elogiou Lula.
Parceria de peso
O presidente da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Jorge Viana (PT), fez questão de dimensionar o fluxo de investimentos entre Brasil e México e de enumerar as empresas brasileiras que aportam recursos na economia mexicana. “Desde o início do terceiro mandato do presidente Lula, o México anunciou US$ 8 bilhões de investimentos no Brasil. Isso é mais do que tudo que foi investido nos últimos 10 anos”, comemorou.
O presidente da Apex explicou que a revisão dos acordos comerciais entre os países é necessária por conta das mudanças ocorridas nos últimos 20 anos. “O mundo é outro, o México é outro, o Brasil é outro”, ponderou Viana.
“É um acordo das duas maiores economias da América Latina, somando as duas, é um PIB da Alemanha, maior do que o da Alemanha, que é a maior economia da Europa”, comparou
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Relações Brasil-México
Os dois países mantêm relações econômicas e comerciais significativas. O México é o sétimo principal parceiro do Brasil. Em 2019, quando foi estabelecido o livre comércio automotivo entre eles, as transações superaram US$ 9 bilhões, o que representa 2,2% de todo o volume da pauta exterior brasileira.
Em 2024, a balança comercial registrou superávit favorável ao Brasil, totalizando US$ 660,3 milhões, sendo as exportações de manufaturados responsáveis por 94% desse montante. O México vende ao mercado brasileiro, principalmente, automóveis de passageiros e acessórios de veículos automotivos.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), Brasil e México são países com experiências reconhecidas no campo da cooperação Sul-Sul para o desenvolvimento. O programa bilateral de cooperação técnica destaca-se pelo potencial a ser explorado, em particular no que diz respeito a iniciativas de natureza trilateral na região latino-americana e caribenha.