O presidente fascista argentino, Javier Milei, volta a perder a credibilidade junto a população, levando seus aliados, como o ex-presidente Maurício Macri, a afirmarem que ele foi longe demais ao comprometer as instituições, afetando a economia e a democracia.
Faz pouco mais de um mês, o chefe da Casa Rosada enganou o povo argentino com o lançamento de criptomoeda, a S
$LIBRA, dando cano federal na praça.
Agora, agita o mercado cambial com outra mentira cabeluda.
Informa à sociedade que fechou acordo de 20 bilhões de dólares com o FMI.
Blefe.
O próprio FMI correu para desmentir a notícia anunciada pelo ministro Caputo, da Fazenda.
Resultado: a praça está em polvorosa, com a especulação subindo aos píncaros, com 1 dólar escalando acima de 1.300 pesos, produzindo corrida cambiária.
REPETECO DE CRISE CRÔNICA
O velho e recorrente problema argentino está de volta com Milei no poder: faltam dólares para abastecer o mercado.
A desindustrialização neoliberal, que vem desde os militares, nos anos de chumbo, década 1970, obriga o país a tomar empréstimos externos.
Como, com o colapso industrial, acelerado por privatizações, importa mais que exporta, acumula déficits em contas correntes no balanço de pagamento.
Para não entrar em colapso cambial, endivida-se em dólares, recorrendo ao FMI, que cobra alto contrapartidas pelo dinheiro que empresta: corte de gastos, arrocho salarial, privatizações, desvalorizações, inflação, desemprego e tudo de pior que acompanha o desajuste monetário sob especulação intensa.
A escassez de dólares se estende interminavelmente, e quando, como agora, o governo, sufocado, recorre ao FMI, os argentinos que têm pesos nos seus colchões de liquidez, saem feito doidos para comprar dólares.
Os empréstimos na banca privada e o dinheiro do FMI aumentam a oferta em relação à demanda de moeda, e essa é a hora que os argentinos vão às compras porque sabem que mais à frente o problema retorna, tal como a bola de neve de Sísifo etc.
Compram na baixa para ganhar na alta.
GOVERNO PINÓQUIO
O x da questão é que o governo Milei mente demais.
A memória do desastre da criptomoeda está viva e palpitante.
O caos provocado pela especulação com a $LIBRA, que o presidente sugeriu como saída para criar ambiente para fortalecer micro e pequenas empresas, volta a acontecer, agora, com o empréstimo do FMI.
Tudo mentira.
A vantagem da $LIBRA era para os espertos, que chegam primeiro, comprarem e ganharem, enquanto os que chegam depois amargam prejuízos.
Nesse instante, nos Estados Unidos, grupos de especuladores pouco espertos que caíram no conto do vigário do presidente argentino ingressam na justiça americana e exigem indenizações.
Milei, nos Estados Unidos, está mais sujo que pau de galinheiro.
Comprometeu, seriamente, a aliança neonazista que firmou com Trump, manchando a reputação do presidente americano com a população por firmar amizade com presidente latino-americano sem nenhuma credibilidade.
O prejuízo cai no lombo da população, que pagará a conta.
O que volta a atormentar os argentinos, nesta semana, é a recorrência do caos cambial.
O ministro Caputo anunciou que havia fechado um acordo com o FMI, pelo qual entraria, no país, 20 bilhões de dólares.
Acalmaria o mercado, elevando a oferta de dólares, e o peso, presumivelmente, tenderia à estabilidade, temporária, diga-se, e a paz poderia voltar.
Isso não aconteceu.
Como disse, hoje, nas redes sociais, a ex-presidente Cristina Kirchner, foi mais uma mentira do governo para cima do povo.
O FMI desmentiu a fala de Caputo, informando que não aportara os 20 bilhões de dólares.
Ainda está em negociação, e, se sair o dinheiro, não será de uma vez, mas a conta gotas, sempre tendo como o preço a pagar as contrapartidas que aprofundam as incertezas decorrentes do cerco neoliberal que assola a economia argentina.
ESTRESSE CAMBIÁRIO
A praça financeira está em polvorosa, com todos os possuidores de peso em suas poupanças correndo atrás da moeda americana.
Assim, antes mesmo dos dólares serem despejados no mercado, o preço das verdinhas extrapola, 1 dólar por 1.300 pesos, quando na semana passada estava na casa dos 1.000 pesos por dólar.
O estresse decorrente da mentira pregada por Caputo se assemelha, portanto, à malandragem de Milei, recentemente, quanto à moeda falsa virtual sem nenhuma garantia.
Horas depois de lançada a $LIBRA virou fumaça.
A mentira é a marca registrada do presidente fascista.
O próprio FMI está numa sinuca de bico com a mentirada aprontada por Milei, na medida em que perde credibilidade.
Por que mentiu dessa vez?
Simplesmente, para adiar a previsível desvalorização do peso que puxará inflação e jogará a população nos braços da oposição nas eleições parlamentares de outubro.
Na prática, a especialidade do presidente tem sido espalhar pânico, enquanto adota medidas ultraneoliberais para tentar compensar o caos econômico que dissemina, jogando na lata de lixo as leis e instituições portenhas, abalando a economia e a democracia, como denuncia Mauricio Macri.
Por essas e outras, o presidente, completamente, desacreditado está cavando sua própria sepultura, na qual despencará, brevemente, segundo as previsões em geral.
(*) Por César Fonseca, jornalista, atua no programa Tecendo o Amanhã, da TV Comunitária do Rio, é conselheiro da TVCOMDF e edita o site Independência Sul Americana.
*As opiniões dos autores de artigos não refletem, necessariamente, o pensamento do Jornal Brasil Popular, sendo de total responsabilidade do próprio autor as informações, os juízos de valor e os conceitos descritos no texto.