A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e o ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida estavam previstos para participar de painel da Bienal neste domingo (08).
A 27ª Bienal do Livro de São Paulo teve o cancelamento da participação da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Ela estava prevista para participar de um painel sobre o papel das bibliotecas na formação da sociedade, evento que também contaria com a presença do ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.
No entanto, ambos foram removidos da programação após as denúncias envolvendo Almeida, acusado de assédio sexual, o que tem gerado repercussão política e midiática.
O painel, intitulado “Bibliotecas na Formação de um Mundo Melhor”, estava agendado para acontecer neste domingo e constava no site oficial da Bienal do Livro.
Contudo, após o surgimento das acusações, a presença dos ministros foi retirada do site. A organização do evento justificou a mudança à Sputnik Brasil alegando que ambos os ministros não haviam confirmado oficialmente suas participações.
O Conselho Regional de Biblioteconomia da 8ª Região do Estado de São Paulo, responsável pela organização do painel, declarou que o evento foi mantido, mas sem a participação dos ministros.
Além de Franco e Almeida, as ministras Sônia Guajajara, dos Povos Originários, e Margareth Menezes, da Cultura, também tiveram suas participações desmarcadas.
A Bienal do Livro mantém programação com objetivo de reunir mais de 600 mil visitantes durante os dez dias do evento, que homenageia a Colômbia e também o cartunista e escritor Ziraldo, que faleceu em 2024.
Ministro demitido
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exonerou Almeida do cargo de ministro de Direitos Humanos na sexta-feira (6), após o advogado e ativista antirracista ser alvo de acusações de assédio sexual, as quais ele nega.
As denúncias foram tornadas públicas na quinta-feira (5) pela organização Me Too Brasil, que se dedica à coleta de relatos de assédio, e divulgadas pelo portal Metrópoles. Segundo a reportagem, Almeida foi acusado por várias mulheres, incluindo a ministra Anielle Franco.
Após a demissão, Franco emitiu nota pública sem mencionar diretamente as acusações ou o ex-ministro, mas elogiando a “ação contundente” de Lula.