Atualmente, pessoas do mundo inteiro vivem o caos da Pandemia da Covid-19. Até mesmo os países que não foram contaminados estão sendo afetados e, no Tocantins, assim como Palmas, não seria diferente. Na mais nova capital do Brasil o novo coronavírus vem deixando sua marca em todos os setores e principalmente no meio social. A cidade de Palmas já tem mais de duas dezenas de vítimas fatais e milhares de pessoas contaminadas, mesmo já tendo outras centenas curadas, o terror da pandemia tem causado muita dor.
São muitos os desafios, contudo, a economia tem sofrido o grande impacto, o qual, até os empresários mais bem-sucedidos reconhecem o esforço que todos devem fazer para superar juntos o problema. Porém as microempresas sentem a maior queda em todos os aspectos, principalmente o financeiro onde muitas empresas não têm mais nem o capital suficiente para pagar as contas fixas. Mas há quem repense a sua história, reelabore ações, siga em busca de amenizar os problemas e sobressair diante da situação que vem afetando toda população.
A exemplo disso são mulheres como a senhora Zuleide Mendes que trabalha na linha de restaurante na Capital, Palmas e assim como outras comerciantes vem enfrentando as dificuldades da maior crise da sua história como ela mesma comenta “O resumo dessa atual situação é dificuldade, porque não tem como você viver sem trabalhar, igual quem é comerciante que recebe todo mês pra quitar seus débitos, não tem como a gente tirar outra receita […] nós tentamos de tudo aqui pra aumentar as vendas, fomos para as redes sociais, fazemos propaganda, divulgamos, mas não tá fácil e, resumindo tudo é muita dificuldade”.
Junto com o esposo ela trabalha também com mais duas pessoas e para não saírem no prejuízo total tiveram que reinventar sua rotina. Antes da Pandemia eram os clientes que iam ao restaurante e tinham todo atendimento a livre escolha, com tempo para um bom papo, um cafezinho, mas agora, diante da atual situação passaram a fornecer novos itens e a pronta entrega para dessa forma prosseguirem no enfrentamento à crise. Junto com a sua equipe fazem e entregam marmitas e lanches e, ao invés de esperar são eles que vão até os clientes levar os pedidos em seus endereços residenciais, com os cuidados ao cumprimento de todas as normas de segurança e de higienização recomendadas pela Organização Mundial de Saúde – OMS e o Ministério da Saúde. O momento é desafiador, mas estão levando a ideia em frente pois é um projeto de vida que dá sustentação à família.
Para Leide o mais difícil é viver com cerca de 10 a 15 por cento da renda que ganhava antes da crise à qual se mantinham, pagavam seus compromissos e ainda lucravam. Diferentemente de agora que só vêm mantendo as compras e pagando as despesas fixas como água, luz e internet. Não sobra nada, porém é necessário a criatividade para dar coragem ao enfrentamento dos problemas e assim driblar a crise com a força do trabalho, a coragem e a criatividade de uma grande mulher.
A realidade é árdua para todo empreendedorismo e, no caso específico dela “até as economias já se foram e, a gente vive mês a mês, trabalha para fechar as despesas daquele mês, a gente não tem dinheiro estocado, não temos poupança, nem outras economias para essas eventualidades, nossa carga tributária é muito grande e as vezes nós trabalhamos só pra pagar os impostos”, disse.
Leide usa as redes sociais como principais recursos para a divulgação do trabalho, bem como para pesquisa de preços mais em conta e assim publicizar sua nova dinâmica mediante à essa crise causada pelo novo coronavírus que, pelo que acompanhamos, a realidade não está sendo fácil para ninguém, principalmente para as microempresas. Mas, conforme análises a dificuldade é de todas as microempreendedoras.
Maria Machado é outra mulher microempreendedora que se reinventou para continuar o seu comércio como representante de uma marca de peças feminina e, assim como outras pequenas empreendedoras tem dificuldades, mas foi criativa ao utilizar muito mais as redes sociais para divulgação das novidades. Além dos grupos de amizades já existentes também criou grupos específicos para as clientes. E, como trabalha no ramo há muitos anos, ela disse que já consegue identificar os diferentes estilos de gostos das clientes e assim fica mais fácil a divulgação pelo celular.
Maria mora em Palmas e embora o momento seja de muita dificuldade, ela disse não temer criar caminhos e segui-los, afinal é pelo seu trabalho que sobrevive, portanto, é necessário lutar com fé e ter esperança sempre.