O compromisso com o multilateralismo, a cooperação no Sul Global e o novo cenário que a desdolarização do comércio entre os países do mecanismo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) pode gerar, fazem parte dos debates que antecedem a cúpula do grupo, marcada para os dias 22 e 24 de agosto na cidade sul-africana de Joanesburgo, segundo analistas brasileiros ouvidos pela Xinhua.
“Os Brics poderiam caminhar nessa direção (de uma moeda de comércio) devido ao peso de suas economias, principalmente da China, no mundo. Isso seria possível. É preciso que o mercado veja isso como viável e a iniciativa seja institucionalizado”, disse à Xinhua Paulo Borba Casella, professor de Direito Internacional da Universidade de São Paulo (USP), onde coordena o Grupo de Estudos do Brics.
Representante da USP na Associação das Universidades do Brics, Casella também avaliou que o chamado banco do grupo Brics, o New Development Bank (NBD), se posiciona com “perspectiva de mudar o sistema financeiro internacional” e enfrenta o Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial. Nesse quadro, Casella destacou a capacidade do NDB, sediado na cidade chinesa de Xangai, de estar “aberto a outros Estados e até mesmo a países que não são parceiros para participar com solicitações de projetos”.
Para Cristina Pecequilo, professora de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo, o grupo Brics deve buscar consolidar uma moeda alternativa em relação ao dólar. “Se houver um fortalecimento prévio, com ajuda ao desenvolvimento, programas de investimento em infraestrutura, melhorias nas condições de vida de outras nações, existe a possibilidade de haver um terreno mais favorável para que as nações menos vulneráveis se fortaleçam contra os Estados Unidos. e o Ocidente. Essas ações ampliariam a área de influência dos Brics e, nesse sentido, o NDB poderia ser o pilar dessas ações”, afirmou.
Pecequilo, também autor do livro publicado no Brasil “A reconfiguração do poder global em tempos de crise”, analisou que a expectativa da cúpula de Joanesburgo é “positiva” para o governo brasileiro, que começou no dia 1º de janeiro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“A expectativa para a cúpula é positiva, até porque o Brasil tem feito muitos esforços neste e em outros fóruns multilaterais para retomar sua liderança e reafirmar compromissos internacionais. Para o Brasil, as âncoras multilaterais são fundamentais na política externa, assim como para a África do Sul”, ele explicou.
Também em diálogo com a Xinhua, o professor de economia Bruno de Conti, integrante do Grupo Brasil-China da Universidade de Campinas, destacou que o grupo Brics, desde sua criação, tem como objetivo reformar o sistema financeiro internacional que “tem gerado consequências negativas para o Sul Global”.
“O sistema monetário é lento em suas transformações. A transição da libra para o dólar levou cinquenta anos. Não deve haver uma transição acelerada. Saúdo iniciativas para uma moeda, mas também o uso de moedas nacionais para transações em bloco”, explicou De Conti. Para o professor, “o papel da China no mundo está crescendo e não é por acaso que os países querem se juntar aos Brics porque sua influência tem muito a crescer”.
De Conti também atribuiu relevância ao NDB como banco de fomento ao desenvolvimento dos países do Sul Global, que buscam alternativas aos mecanismos internacionais surgidos dos Acordos de Bretton Woods após a Segunda Guerra Mundial. “O NDB oferece condições muito melhores. Há países com falta de financiamento e sem infraestrutura, e o banco dos Brics tem capacidade e relevância para ser maior com a incorporação de novos países alinhados com a transição ecológica”, avaliou.
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